ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
12-9-2007.
Aos doze dias do mês de
setembro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete
Moraes, Maria Celeste e Neuza Canabarro. Constatada
a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu
D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº
3894/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 020/07 (Processo nº 4484/07), o Projeto de Lei do Legislativo nº 128/07
(Processo nº 4284/07) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 198/06 (Processo nº 4597/06); pelo Vereador Ervino Besson, os Pedidos de
Providência nos 3815 e 3872/07; pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 3873 a 3877/07; pelo Vereador José
Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 3836 a 3853/07; pela Vereadora Margarete
Moraes, o Pedido de Informação nº 149/07 (Processo nº 6993/07); pela Vereadora
Maria Celeste, os Pedidos de Informação nos 147 e 148/07 (Processos nos 6927 e 6928/07, respectivamente) e os
Pedidos de Providência nos 3832 a 3835, 3878 e 3893/07; pela Vereadora Maria Luiza, a
Indicação nº 127/07 (Processo nº 6976/07) e os Pedidos de Providência nos 3760 a 3814, 3816 a 3831, 3854 a 3871,
3879 a 3892/07. Também, foi apregoado o Ofício nº 988/07, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 009/07 (Processo nº 6819/07). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
1779, 2190, 2319, 2733 e 2938/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor
Jorge Homero Justin Brehm, Presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, que apresentou
dados relativos ao Programa Mãos que Ajudam, formado por voluntários que atuam
junto a creches, escolas e instituições carentes de todo o País. Sobre o assunto, destacou que esse
programa promove, em parceria com outras entidades públicas e privadas,
projetos de ajuda humanitária, prestando serviços voltados à assistência social
e à preservação do meio ambiente. Durante o pronunciamento do Senhor Jorge
Homero Justin Brehm, foi realizada a apresentação de audiovisual referente ao
tema abordado por Sua Senhoria. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento,
os Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib, Bernardino Vendruscolo, Margarete Moraes,
Ervino Besson e Elói Guimarães manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Ainda, a Senhora Presidenta registrou a presença,
neste Plenário, da Senhora Glória Brehm, esposa do Senhor Jorge Homero Justin
Brehm. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e nove
minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, a Senhora Presidenta
registrou a presença de Dom Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano de Porto
Alegre, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua
Excelência, que divulgou o I Fórum
da Igreja Católica no Rio Grande do Sul, a ocorrer do dia vinte ao dia vinte e
três de setembro do corrente, em Porto Alegre. Da mesma forma, informou que esse evento reunirá representantes de
todas as Dioceses do Estado e relatou
atividades programadas para a ocasião, como conferências, exposições, oficinas
e apresentações artísticas, tendo como tema de debate “A Vida e a Missão da
Igreja no Rio Grande do Sul”. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta concedeu
a palavra ao Vereador João Carlos Nedel que, em nome deste Legislativo, saudou
o visitante. Ainda, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário,
do Padre Tarcísio Rech, representando a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil – CNBB. Às quinze horas e um minuto, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e nove minutos, constatada a existência
de quórum. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 270/07, firmado pela Vereadora
Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual
Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador João Carlos Nedel,
hoje, na solenidade de abertura da XI Convenção de Contabilidade do Rio Grande
do Sul, no Município de Bento Gonçalves – RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 190/07 e o Projeto
de Resolução nº 076/07, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Guilherme
Barbosa, Ervino Besson e Adeli Sell; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 028/06, discutido pelo Vereador Guilherme
Barbosa, os Projetos de Lei do Legislativo nos 175 e 178/07, os Projetos de Resolução nos 072 e 075/07, este discutido pela
Vereadora Margarete Moraes; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 260/06, 171 e 153/07, este discutido
pela Vereadora Margarete Moraes, os Projetos de Resolução nos 071 e 074/07, este discutido pela
Vereadora Margarete Moraes. Na ocasião, foram apregoados as Emendas nos 02 e 03, de autoria do Vereador Adeli
Sell, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
004/07 (Processo nº 1780/07). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu
Brasinha congratulou o Grêmio Foot-Ball
Porto Alegrense pelo transcurso dos seus cento e quatro anos, a serem comemorados
no dia quinze do corrente mês. Ainda, elogiando a atuação do Prefeito José
Fogaça, enfatizou as obras realizadas em Porto Alegre e teceu considerações
acerca dos debates em torno do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental
e da necessidade de aprovação, por esta Casa, desse Projeto de Lei. O
Vereador Haroldo de Souza criticou a Secretaria Estadual da Segurança Pública
pelo impasse sobre o policiamento durante os jogos de futebol, rechaçou orientação
dada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação a um cidadão, de que encaminhasse
a esta Casa reclamação sobre uma lotação, e apoiou a proibição do uso de
telefones celulares por alunos em sala de aula. Ainda, desaprovou o término de
contrato do Governo Estadual com a Fundação Santo Antônio Pão dos Pobres, que
possibilitava a distribuição gratuita de óculos à população. O Vereador Adeli
Sell criticou o Governo Estadual pela não-continuidade de contrato com a
Fundação Santo Antônio Pão dos Pobres, de produção de óculos para distribuição
à população, e pelo abandono a que, segundo Sua Excelência, são submetidas as escolas
estaduais. Além disso, formulou questionamentos ao Governo Municipal, em
relação ao Acampamento Farroupilha, e cobrou resultados no combate à exploração
sexual de crianças e adolescentes. O Vereador Nereu D’Avila discutiu a
importância da transparência do Poder Legislativo, a fim de se evitar situações
constrangedoras, como as ocorridas recentemente no Congresso Nacional e na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, que acabam repercutindo
negativamente sobre toda a categoria dos parlamentares. Nesse sentido,
enfatizou que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem um histórico exemplar na
execução e controle de seus atos junto à população e ao Tribunal de Contas do
Estado. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Às dezesseis horas e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo
retomados às dezesseis horas e vinte e três minutos, constatada a existência de
quórum. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pela
Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa
Diretora com o Colégio de Líderes. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o
Projeto de Resolução nº 042/07, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Marcelo
Danéris, Carlos Comassetto e Carlos Todeschini. Após, foram apregoadas as
seguintes Emenda e Subemendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
004/07 (Processo nº 1780/07): Emenda nº 04, proposta pela Vereadora Maria Luiza
e assinada pelo Vereador Dr. Goulart, Líder da Bancada do PTB; Subemenda nº 01,
proposta pela Vereadora Maria Luiza e assinada pelo Vereador Dr. Goulart, Líder
da Bancada do PTB, à Emenda nº 01; Subemenda nº 02, de autoria do Vereador
Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, à Emenda nº 01. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/07, com
ressalva das Emendas e Subemendas a ele apostas, por vinte e três votos SIM,
após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Dr. Raul, Clênia Maranhão,
Carlos Todeschini, Sofia Cavedon e Ervino Besson, em votação nominal solicitada
pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria
Luiza, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo
Santos e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 004/07, os Vereadores Aldacir Oliboni e Mario Fraga cederam seus
tempos de discussão, respectivamente, ao Vereador Adeli Sell e à Vereadora
Clênia Maranhão. Após, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 004/07. Foram aprovadas as Subemendas nos
01 e 02, apostas à Emenda nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
004/07. Foram aprovadas as Emendas nos 03 e 04, apostas ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 004/07. Em prosseguimento, o Vereador Adeli
Sell formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia. Às dezessete horas e quarenta e um
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezessete horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum.
Em continuidade, foi aprovado o Requerimento nº 117/07, após ser encaminhado à
votação pelo Vereador Carlos Todeschini. A seguir, foi aprovado Requerimento
verbal, formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezessete votos SIM e
uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib,
tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario
Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sofia Cavedon e tendo
optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Foi aprovado o Requerimento
nº 118/07, por vinte votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Adeli Sell, Luiz Braz, João Antonio Dib, Elói Guimarães, Clênia Maranhão, Nereu
D’Avila e Haroldo de Souza, em votação nominal solicitada pelo Vereador Claudio
Sebenelo, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario Fraga,
Nereu D'Avila, Nilo Santos, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Na oportunidade, o
Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando que a Moção de
Repúdio, objeto do Requerimento nº 118/07, fosse encaminhada, também, à
Presidência da República, tendo o Senhor Presidente informado que essa alteração
seria feita na elaboração da Redação Final dessa proposição. Na ocasião, o
Vereador Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos, registrou sua concordância
com o teor do Requerimento nº 118/07, anteriormente aprovado. Em continuidade,
foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando
a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
017/06 (Processo nº 3724/06). Às dezoito horas e quarenta e três minutos, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelos Vereadores João Carlos
Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e
Aldacir Oliboni. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pela Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Passamos à
O
Sr. Jorge Homero Justin Brehm, representando a Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, está com a palavra para falar sobre o programa “Mãos
que Ajudam” e sobre o trabalho desenvolvido em benefício da sociedade, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
O
SR. JORGE HOMERO JUSTIN BREHM: Srª
Presidente, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, autoridades civis, militares,
religiosas, senhoras e senhores, meu nome é Jorge Brehm, como já foi falado;
minha esposa, Glória Brehm, também está aqui. Nós fomos designados a coordenar
o trabalho do programa “Mãos que Ajudam” desde o ano de 2001 até agora. E é
isso que pretendemos apresentar aos senhores e às senhoras nesta tarde, de uma
maneira bem sucinta, resumida. Vamos iniciar passando um DVD que vai explicar
muito sobre esse projeto.
(Procede-se
à apresentação do DVD.)
O
SR. JORGE HOMERO JUSTIN BREHM:
O programa tem a finalidade básica de formar na mente - especialmente da nova
geração - um espírito de ajuda comunitária. Esse é o projeto. O conceito desse
projeto é um programa permanente de ajuda humanitária e de serviços
comunitários que mobiliza milhares de voluntários de todas as idades, membros
da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Objetiva estender a mão
a quem precisa, em parceria com entidades, instituições religiosas, empresas
privadas, órgãos governamentais e organizações assistenciais, levando alento
aos menos favorecidos em asilos, orfanatos, creches, ruas, onde houver
necessidade.
Por
meio do serviço altruísta, doamos parte do nosso tempo para levar esperança
onde existe aflição, alívio onde há dor, amor onde há desprezo. Estamos sempre
prontos para ajudar a limpar, a reformar, a fazer a manutenção de escolas e de
outros lugares públicos; a preservar o meio ambiente, a apoiar campanhas
comunitárias e a participar de projetos que visem conservar o bem coletivo. Se
você quer servir, é o nosso convite: junte-se a nós. O exemplo, acreditamos, é
capaz de mobilizar aqueles que as palavras não conseguem convencer. Esse é um
programa para chamar todos, o programa “Mãos que Ajudam”. Vinde e vede! - esse
é o nosso chamado. Consultem também o nosso site: www.maosqueajudam.org.br,
temos mais coisas. A base do projeto é: por que fazemos o “Mãos que Ajudam”? O
que nos mobiliza a fazer isso? “Se amardes os que vos amam, que galardão
tereis?” Um líder nos ensinou isso.
(Procede-se
à apresentação do DVD.)
O
SR. JORGE HOMERO JUSTIN BREHM: Só,
rapidamente, apresentarei outros projetos. (Mostra imagens.) Nós tivemos um
projeto nacional que foi a doação de alimentos às entidades em 2002. O projeto
local, a pedido da Prefeitura, foi limpar o Parque Mascarenhas de Moraes, que
fica no bairro Humaitá. Também um projeto local foi limpar o Parque Marinha do
Brasil, isso em outubro de 2003, para o qual a gente mobilizou mais de mil
voluntários. Em outubro de 2005, tivemos o projeto nacional “Mãos que Ajudam a
Terceira Idade”, com a ajuda da imprensa, inclusive um jornal americano
publicou isso. Em 12 de outubro de 2006, fizemos o projeto “Mãos que Ajudam a
Cuidar da Cidade” na Praça México. Houve o projeto nacional “Mãozinhas que
Ajudam”, que fizemos em Viamão. Também cito o projeto “Mãos que Ajudam a Cuidar
da Cidade”, em outubro de 2006, lá no Jardim Botânico. (Mostra imagens.) Outro
projeto nacional - e nós estamos citando os principais - foi a ajuda aos
hospitais públicos, quando confeccionamos lençóis para hospitais carentes. Este
foi outro projeto nacional de ajuda a hospitais públicos, inclusive o nosso
Hospital Presidente Vargas. Este foi o último projeto, dia 07 de setembro,
quando nós reunimos voluntários para ajudar as escolas, e este cartaz foi
distribuído nas escolas. (Mostra imagem.) O prédio da Escola Liberato Salzano
Vieira da Cunha, lá no Sarandi, Vila Elisabete, foi reformado quase todo. Vejam
nesta foto o antes e o depois: estão limpando o jardim e recolocando as coisas.
E aqui há algumas mensagens que saíram na mídia.
Se
você também quer servir, junte-se a nós. Nós cremos que o exemplo faz mobilizar
mais e sensibiliza mais o coração humano. Nós agradecemos muito a oportunidade
de estarmos aqui e de usarmos esta tribuna para falar de um projeto tão
especial. Junte-se a nós! Muito obrigado. Uma boa tarde. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria
Celeste): Obrigada,
Sr. Jorge Homero. Agradecemos a sua presença e também a presença da sua esposa.
Convido-o a compor a Mesa neste momento, quando vamos ouvir as manifestações
das Bancadas dos Vereadores.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Quero
aqui, Presidenta, saudar V. Exª, que está conduzindo os trabalhos, e também o
Sr. Jorge Homero Justin Brehm, representando a Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias e Presidente da Região Norte de Porto Alegre.
Cumprimento a Igreja pelo templo magnífico que ergueu lá na Chácara das Pedras,
acho que é uma das obras mais bonitas que conheci aqui em Porto Alegre.
Uma
das coisas que quero saudar de maneira muito positiva é que vocês realmente dão
um grande exemplo. É verdade que orar é importante, é verdade que as palavras
são muito importantes, mas vejo que as ações - e conheço algumas ações da
Igreja, porque tenho um afilhado que é um dos membros da Igreja - se
multiplicam, são feitas com muita seriedade, com muita intensidade e têm feito
muito bem para os jovens. Conheci muitos jovens ligados à Igreja de vocês que
conseguiram sair de um caminho não muito bom e que, por meio da Igreja, se
encontram agora numa nova situação. Então, tenho exemplos de que a Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias faz bem para a nossa juventude, e precisamos
muito de tudo que faça bem para ela. Parabéns a vocês pelas obras que realizam
aqui em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; meu caro Jorge Homero Justin Brehm,
Presidente do programa “Mãos que Ajudam”, o Dr. Paulo Vellinho, no dia 06 deste
mês, completou 80 anos e mandou uma carta para seus amigos, onde falava na solidariedade
que está faltando, como também está faltando a capacidade de indignação.
Solidariedade é essencial, e o mundo não tem usado da solidariedade. Nós vemos,
com indiferença, nossos semelhantes sofrendo, podendo ser socorridos, ajudados,
e não o fazemos; mas, por outro lado, também perdemos a capacidade de
indignação. Olhamos com indiferença as pessoas abandonadas na rua, as crianças
maltrapilhas, pessoas sofrendo e não fazemos nada; nem, ao menos, nos sentimos
revoltados com aquilo; aceitamos a corrupção, tudo se tornou normal. Nós nos
esquecemos de que a família é extremamente importante, e ela vive abandonada,
não há mais preocupação com a família, não há mais nada. Acho que o programa
“Mãos que Ajudam”, de repente, pode fazer com que novamente nós nos lembremos
da solidariedade, pode fazer com que fiquemos indignados com as coisas
equivocadas e erradas que acontecem ao nosso redor, ajudando os nossos
semelhantes.
Recebam os cumprimentos em nome da Bancada do
Partido Progressista, composta pelos Vereadores Newton Braga Rosa, João Carlos
Nedel e por este Vereador. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Da mesma
forma, cara Presidenta, quero cumprimentar o Sr. Jorge Homero Justin Brehm,
Presidente da Região Norte de Porto Alegre. Os meus Pares que me antecederam
disseram basicamente tudo, mas sinto-me na obrigação de falar em nome da
Bancada do PMDB, composta pelos Vereadores Haroldo de Souza, Sebastião Melo,
Dr. Raul e por este Vereador. Aponto que, com relação à preservação do meio
ambiente, nós não temos opção, temos que trabalhar voltados a isso. O respeito
aos mais velhos, incumbir isso nos jovens, nós não temos como desistir desse
caminho. A valorização da solidariedade, nós não temos como abandonar isso. O
envolvimento dos jovens com as coisas positivas, nós não temos como abandonar
isso. Então, temos que saudar todas as entidades que fazem esse trabalho,
porque muitas vezes as famílias, por questão de tempo ou recursos, não têm como
dar essa complementação na formação dos filhos. Recebam os nossos cumprimentos.
Vida longa e sucesso! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARGARETE MORAES: Querida
Presidenta, Verª Maria Celeste; Exmo Sr. Jorge Homero Justin Brehm, Presidente da
Região Norte de Porto Alegre, e esposa, queria cumprimentá-lo pela brilhante
exposição, sobretudo por ser um trabalho muito sério e muito sóbrio que é
realizado em Porto Alegre e no mundo todo, um trabalho de apoio espiritual, de
serviço àqueles que mais precisam,
de serviço religioso, mas também de respeito aos direitos humanos dos
necessitados. Eu conversava com o nosso companheiro Décio, que conhece esse
trabalho mais de perto, e ele me falava sobre a doação de lençóis e fronhas
para o Hospital Parque Belém e para o Hospital Presidente Vargas - todo o
trabalho que o senhor já colocou aqui dentro do programa “Mãos que Ajudam”. É
um método de trabalho que valoriza a disciplina, que envolve a família, que
envolve a comunidade. E há identificação também das pessoas com esse colete,
evitando supostos aproveitadores, como ainda acontece, infelizmente, na nossa
Cidade, nas esquinas.
E
vocês acreditam que a família deva ser valorizada, mas há um trabalho que não
foi citado e que também é fundamental: o maior arquivo genealógico do mundo,
algo que vocês detêm. Qualquer pessoa pode acessá-lo, é aberto a todos, não
precisa ser da religião, quem estiver interessado em descobrir a sua história,
a história da sua família, dos seus ancestrais, há esse serviço à disposição.
Acho que é absolutamente coerente com quem valoriza o trabalho voluntário, o
trabalho da família.
Eu
falei em nome da minha Bancada, e aqui presentes estão a Verª Maria Celeste,
nossa Presidenta; o Ver. Adeli Sell, o Ver. Guilherme Barbosa e os demais
companheiros da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Parabéns!
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do ar. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meu caro Jorge Homero Justin
Brehm e sua esposa, Dona Glória; saúdo também, carinhosamente, a presença do
nosso Arcebispo Dom Dadeus Grings. Jorge, que preside a Região Norte da Igreja
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o vídeo que V. Sa. mostrou hoje aqui
para a Casa é de extrema importância. São pessoas abnegadas que prestam um
relevante trabalho social e sem muito estardalhaço na mídia, isso que é
importante. Vimos que vocês ajudam hospitais, escolas, parques, praças, é um
verdadeiro trabalho social. Meu caro Jorge, acho que a Casa, no dia de hoje, se
sente extremamente honrada em recebê-los aqui, como também nós recebemos Dom
Dadeus. É muito importante o que o senhor mostrou nesta Casa, e a TVCâmara vai
mostrar esse vídeo para milhares de pessoas.
Portanto,
em nome da Bancada do PDT - em meu nome e dos Vereadores Nereu, Mario Fraga,
Neuza Canabarro, Márcio Bins Ely -, quero parabenizar V. Sa. e sua equipe. Que
Deus abençoe a caminhada de vocês, que vocês continuem prestando esse relevante
trabalho social! Isso, sim, é um trabalho social. Parabéns, Jorge.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidenta
Maria Celeste; Sr. Jorge Homero Justin Brehm, Presidente da Região Norte da
Cidade de Porto Alegre; queremos saudar V. Sa. por todo o empenho à frente da
sua Igreja, na luta para minimizar os problemas sociais que angustiam a nossa
sociedade. Quero dizer que as religiões, as igrejas têm muita força, porque
pregam o nome de Jesus Cristo, que é, inquestionavelmente, uma bandeira pela
sua liderança, por tudo que representa. Portanto, queremos cumprimentar V. Sa.
pelo belo programa que desenvolve junto à nossa comunidade.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Elói.
Encerramos
as manifestações das Bancadas, agradecendo a presença do Sr. Jorge Brehm e da
sua esposa, a Srª Glória, que também está conosco, parabenizando-o pelo excelente
trabalho que nos oportunizou que conhecêssemos na tarde de hoje. Muito
obrigada.
Estão
suspensos os trabalhos.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 14h49min): Estão reabertos os trabalhos.
Hoje temos o comparecimento de Dom Dadeus Grings, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, que abordará o assunto Fórum da Igreja Católica.
O Sr. Dom Dadeus
Grings está com a palavra.
O SR. DADEUS GRINGS: Exma Srª
Presidente, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, senhoras e senhores, já
estamos acostumados a ouvir falar de fórum, e Porto Alegre tem a característica
do fórum, do Fórum Social Mundial, que atraiu a atenção do mundo inteiro para
cá, e, a partir daquele Fórum, se criaram muitos outros fóruns. E eu lembrava,
há pouco, que no passado, no tempo do Império Romano, havia o Fórum Romano. Lá
em Roma, eu gostava de visitar aquele Fórum, onde as pessoas se reuniam para
debater idéias, para fazer trocas, para fazer compras, fazer política, tudo se fazia
no Fórum.
E nós vamos fazer um grande Fórum aqui em Porto
Alegre dos dias 20 a 23 de setembro, o Fórum da Igreja Católica, nós vamos
mostrar como a Igreja começou no Rio Grande do Sul. Quer dizer, o Rio Grande do
Sul nasceu com a Igreja, e veio Roque Gonzáles - já há mais de 300 anos - com a
imagem da Nossa Senhora Conquistadora, ele a trouxe para o Brasil. Hoje é o
Santo Roque Gonzáles, morreu aqui em nossa terra, um dos mártires das Missões.
Eu vou mostrar um pouquinho essa história, resgatar as nossas tradições. O Papa
Bento XVI teve uma expressão muito bonita quando escreveu para os chineses, ele
disse que nós temos de lembrar com gratidão o nosso passado. E é o que nós
queremos fazer: olhar primeiro o passado do Rio Grande do Sul, relativamente
ele é recente em relação ao Brasil, que tem 500 anos, nós temos 250 ou mais.
Lembrar com gratidão esse passado, que formou a nossa terra, a nossa gente, as
nossas tradições; temos tradições belíssimas. Mas também dizer ao Papa que
temos de viver com paixão o presente, não temos de fugir do passado: eu vou
viver hoje, hoje é o momento, a graça, o momento importante.
O que nós temos hoje? Nosso Estado. Vamos mostrar
um pouco dessa riqueza enorme, vamos fazer esse Fórum para mostrar a Igreja
como ela é hoje; vão ser mais de 180 tendas para mostrar cada diocese, as
conversões religiosas, mostrar como todas as pastorais atuam. Além disso,
teremos oficinas para debater os problemas, deveremos juntar grandes palestras,
conferências, para mostrar essa história nossa - hoje, como é que está? E vamos
ter 47 apresentações artísticas nesses quatro dias, reunindo muita gente.
Vivemos com paixão o presente e queremos abrir-nos com muita confiança para o
futuro; quem tem boa raiz no passado e vive intensamente o presente tem futuro.
É com isso que nós queremos abrir esse Fórum. É o momento que nós queremos
viver essa realidade e apresentá-la.
Já aconteceram os mini-fóruns em diversos lugares,
todas as dioceses do Rio Grande do Sul fizeram os seus fóruns, e agora vamos
reunir tudo isso em Porto Alegre. Serão momentos muito importantes, nós vamos
sentir um pouquinho a nossa tradição. E o Rio Grande do Sul tem esta
capacidade, este valor de ter uma cultura invejável, com variedades que nós
conservamos. Muitos Estados, hoje, quase as aboliram com a globalização, parece
que uniformizam tudo, mas nós conservamos as tradições próprias. Essa variedade
das nossas culturas ancestrais é que forma toda nossa riqueza. Então, queremos
mostrar tudo isso no Fórum da Igreja Católica, vamos reunir gente de todo o Rio
Grande do Sul para participar. Até brincamos ao dizer que quem quer uma benção
do Papa vá ao Fórum, porque o Papa já mandou uma carta bonita aos Secretários
de Estado, quer dizer, o Papa dá uma benção apostólica para todos os
participantes do nosso Fórum. Que possamos não só ver com nossos olhos o que
existe nas nossas tendas, mas também sentir a graça de Deus, que está entre
nós; vamos ter grandes celebrações.
Nós começaremos o Fórum no dia 20, dia do gaúcho,
dia da Revolução Farroupilha, e digo que nos identificamos com a nossa cultura,
por isso começaremos de manhã cedo, às 8h30min, e, à noite, vamos fazer uma
Missa Crioula, que é uma tradição nossa, do nosso Estado, nossa raiz dentro da
nossa cultura. Então, o dia 20 vai ser celebrado com muita atenção, aí
começamos os três, quatro dias de Fórum, para fazer grandes debates. Tudo é
bem-vindo. Entender o que significa ser universal é trazer tudo o que é bom
para dentro e, depois, reter tudo o que existe, reter o que é bom, construir
assim essa unidade maior entre nós, queremos caminhar juntos. Por isso fazemos
este convite para participarem do Fórum.
Algumas questões sobre as oficinas: para participar
delas - é preciso espaço -, há inscrições. De resto, só para ver as tendas, que
são 180, se gastarmos cinco minutos em cada tenda, para ver e ouvir o que tem
de especial, já vão levar dois dias. Então, está aberto para todos participarem
e ver essa riqueza que nós temos, mostrar o que tem de bom. A V Conferência do
Episcopado da América Latina e Caribe, em Aparecida, destacou muito que a gente
deve mostrar o que tem de bom e não destacar o que tem de negativo, porque
disso estamos cheios. O que temos de positivo é uma boa-nova de vida, de mais
fraternidade, de mais paz, do que nós podemos colaborar para criar esse bom
clima entre nós. Por isso queremos fazer um grande evento mobilizando todo o
nosso Estado, que passa a viver essa perspectiva em Porto Alegre, conseguindo
irradiar dentro dessa nossa dimensão de fórum que nós já conhecemos, a exemplo
dos fóruns mundiais. Nós temos que fazer algo tão grandioso como eram os fóruns
sociais que tínhamos no passado, e agora teremos o Fórum da Igreja Católica no
nosso Estado.
Por isso eu queria fazer este convite a todos, para
participarem e sentirem essa presença da Igreja, sentir a presença, também, de
todas as pessoas que vêm aqui se encontrar para debater os problemas sociais,
religiosos, políticos, sentir um pouco o povo de Deus, o povo do Rio Grande do
Sul. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Conforme
acordo entre Mesa e Lideranças, na segunda-feira, designamos o Ver. João Carlos
Nedel para fazer uma saudação ao Sr. Arcebispo neste momento.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. João Carlos Nedel, que
fez a saudação em nome de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa. Também
gostaria de saudar a presença do Padre Tarcísio Rech, representante da CNBB,
que está conosco neste Comparecimento. Muito obrigada pela sua participação.
Queria dizer, Dom Dadeus, que, com certeza, todos nós, Vereadores, estaremos em
algum momento participando desses quatro dias de Fórum da Igreja Católica, que
se iniciará no dia 20 de setembro. Muito obrigada pela sua presença.
Suspendo a Sessão para as despedidas.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h09min): Estão
reabertos os trabalhos.
Apregôo Ofício do Gabinete da Presidência
informando que o Ver. João Carlos Nedel estará representando esta Câmara
Municipal no dia de hoje na 11ª Convenção de Contabilidade do Rio Grande do
Sul, na cidade de Bento Gonçalves.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05
minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 6535/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/07, de autoria da
Mesa Diretora, que revoga o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.055, de
28 de maio de 1992; e art. 5º - A da Lei nº 7.855, de 25 de setembro de 1996, e
alterações posteriores; o § 2º do art. 2º da Lei nº 8.065, de 13 de novembro de
1997; o parágrafo único do art. 4º da Lei nº 8.118, de 5 de janeiro de 1998,
alterada pela Lei nº 8.197, de 22 de julho de 1998; o art. 3º da Lei nº 8.167, de
28 de maio de 1998; o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.888, de 8 de abril
de 2002; o art. 3º da Lei nº 8.982, de
13 de setembro de 2002; o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.034, de 10 de
dezembro de 2002; o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.354, de 31 de
dezembro de 2003; o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.429, de 16 de abril
de 2004; e o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.460, de 10 de maio de 2004;
que instituem Sessões Solenes na Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
Nº 6536/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 076/07, de autoria da Mesa Diretora,
que revoga o parágrafo
único do art. 1º da Resolução nº 654, de 27 de setembro de 1974; o art. 7º da
Resolução nº 829, de 14 de dezembro de 1984; o parágrafo único do art. 1º da
Resolução nº 1.386, de 27 de agosto de 1998; e as Resoluções nos 1.437,
de 28 de outubro de 1999; 1.668, de 25 de novembro de 2002; 1.866, de 23
de novembro de 2004; e 1.901, de 25 de
maio de 2005; que instituem Sessões Solenes e Sessão Especial da Câmara
Municipal de Porto Alegre.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 5072/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 028/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
altera o art. 36 e acrescenta inc. IX no art. 87 da Lei Complementar nº 12, de
7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o
Município de Porto Alegre e dá outras providências, incluindo a utilização de
carro de som no rol de anúncios de propaganda.
PROC.
Nº 5605/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/07, de autoria do Ver. Mario Fraga, que
denomina Rua Arno Lorenz o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Rua 7056 – Loteamento Hípica Boulevard. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 5735/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 072/07, de autoria do Ver. Adeli Sell,
que concede o troféu
Honra ao Mérito ao Senhor Antônio Cesa Longo.
PROC.
Nº 5860/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/07, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Erocy Bianchi Marchisio o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Travessa Dois – Presídio -, localizado no bairro
Coronel Aparício Borges. (Este projeto
com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 6001/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 075/07, de autoria do Ver. Adeli Sell,
que concede o Prêmio de
Educação Thereza Noronha à Fundação Projeto Pescar.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 5970/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 260/06, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Senhor Roberto de Assis Moreira.
PROC.
Nº 4783/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
denomina Rua Hortênsias do Varejão o logradouro não-cadastrado, conhecido como
Rua Dois – Estrada do Varejão - , localizado no bairro Lami. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 5194/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Eli Goraieb o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Rua 6420, localizado no bairro Ponta Grossa. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas
quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros
da Câmara.)
PROC.
Nº 5704/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 071/07, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que
concede o troféu Honra ao Mérito à Associação Antônio Vieira – ASAV.
PROC.
Nº 5841/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 074/07, de autoria do Ver. Professor
Garcia, que
concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Violinista, Compositor e
Cantor Jose Mario Teixeira Barros. Com Emenda nº 01.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta do dia de
hoje tem, entre outros Processos, um Projeto de Lei do Legislativo e um Projeto
de Resolução do Legislativo. Ambos procuram minimizar as solenidades nesta
Casa. Eu olhei hoje a Lei Orgânica do Município que foi promulgada em 03 de
abril de 1948, e essa Lei Orgânica, que tinha um pouco mais de 100 artigos,
apresentava um capítulo inteiro que falava da família, ela se preocupava com a
família. Em 1975, consolidada a Lei Orgânica, ficou apenas um artigo falando
sobre a família. E no dia 03 de abril de 1990, portanto 42 anos depois da
primeira Lei Orgânica da nova Câmara, não se fala mais na família.
Agora, pelo Projeto de Lei da Mesa Diretora - que
tem na Presidência, na 1ª e 2ª Vice-Presidência três mães -, querem revogar o
parágrafo 1º da Resolução nº 654, de 27 de setembro de 1974. Ora, revogado o
parágrafo 1º, é melhor revogar a Resolução, porque essa não tem mais sentido.
Ao longo de 35 anos, todos os anos, foi feita uma homenagem, em Sessão Solene,
às mães. E três mães estão na Mesa e assinam um Projeto de Resolução tornando
sem efeito essa data, que tem sido, das Sessões Solenes, a mais solene. Aqui
comparecem a Associação Cristã de Moços, os Clubes de Mães, já veio gente de
fora do Estado participar da Sessão, inclusive a filha da pessoa que trouxe
para Porto Alegre, em 1918, a comemoração do Dia das Mães, mas agora a Câmara
quer extinguir essa Sessão Solene. É claro, é evidente que, tendo ela sido
proposta por mim, na sua primeira realização - e ao longo dos anos eu tenho
feito essa Sessão -, darei o meu voto contrário.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João
Antonio Dib, eu acho importante o seu pronunciamento na Pauta de hoje, penso
que V. Exª levantou um assunto de extrema importância. Mas eu sei da lealdade
com que a Presidenta dirige esta Casa, a Verª Maria Celeste, e nós vamos
retomar esse assunto, porque eu também tenho um Projeto... Não porque ele seja
de minha autoria, mas por ser uma matéria de interesse da Cidade e do Estado.
Nós vamos rediscutir esse problema que V. Exª levantou. Sou grato a Vossa
Excelência.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu quero
dizer, Srª Presidenta, que, quando falaram em reduzir o número de Prêmios que
esta Casa outorga, eu fiquei muito feliz, mas, com a retirada dessa Sessão
Solene, não. É claro que aqui estão sendo eliminadas Sessões Solenes; algumas
delas, evidentemente, poderiam ser retiradas; outras, não. Mas o que nós
precisamos diminuir é o número de Prêmios, há uma quantidade imensa de Prêmios
repetidos durante o ano, com isso estão desvalorizando os Prêmios que esta Casa
tem outorgado.
Portanto, fica a minha estranheza e a minha
dificuldade em entender que as mães não mais sejam homenageadas na semana do
Dia das Mães. As mães, na verdade, deveriam ser homenageadas todos os dias do
ano, todas as horas e todos os minutos. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo a
Emenda de nº 02 ao PLCE nº
004/07, Projeto que dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável (Lê.): “Altera os Incisos I e II do art.
17, que passa a ter a seguinte redação: I - 12 (doze) representantes
governamentais das áreas ligadas diretamente ao tema da Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável; II - b) 01 (um) representante da entidade
representativa de empregadores, com atuação na área de alimentação e nutrição;
c) 01 (um) representante de entidade representativa de empregados, com atuação
na área de alimentação e nutrição; e) 01 (um) representante de entidade da área
de alimentação e nutrição; f) 02 (dois) representantes de organizações
não-governamentais (ONGs) com atuação na área de alimentação e nutrição; h) 01
(um) representante de população indígena; i) 01 (um) representante da população
quilombola; j) 01 (um) representante das Entidades de Pescadores e l) 01 (um)
representante das Microrredes locais. Justificativa: da tribuna.” Assina o
Líder da Bancada do PT, Ver. Adeli Sell.
Apregôo
a Emenda nº 03 ao PLCE nº 004/07, com a seguinte teor (Lê.): “Acrescenta Inciso
I e II, no art. 18, que passa a ter a seguinte redação: Art. 18º I - Será
permitida a participação nas reuniões do Conselho, sem direito a voto,
titulares de outros órgãos ou entidades públicas, bem como pessoas que
representam a sociedade civil, sempre que na pauta constar assuntos de sua área
de atuação. II - Sempre que necessário, poderá o Conselho solicitar aos órgãos
e entidades informações e colaboração para o desenvolvimento das atividades da
Política e do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável.
Justificativa: da tribuna.” Assina o Líder da Bancada, Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Verª
Maria Celeste, Srª Presidenta; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ainda não
tive a oportunidade de ler com atenção o Projeto abordado pelo Ver. João Dib
com relação às homenagens e assim por diante. Trata-se de um Projeto de
Resolução da Mesa Diretora, resultado de um trabalho longo, exaustivo, do qual
participaram vários Vereadores, uma Comissão suprapartidária, de cujo objetivo
principal eu gosto muito, porque que diminui, disciplina e organiza as
homenagens que a nossa Câmara faz. Muitas delas, acho que é possível dizer, são
merecidas, importantes, mas, às vezes, há exagero. Inclusive, em algumas
Sessões nós temos dois comparecimentos, duas homenagens; já aconteceu aqui de
nós termos no Grande Expediente uma homenagem e, depois, no período de
Comunicações, outra homenagem, o que significa que praticamente a Sessão se
exauriu, esgotou-se nesse tipo de procedimento. E repito que essas homenagens
são importantes, sim, para as pessoas, para as entidades que merecem ser
destacadas pelo trabalho que fazem, mas a Casa Legislativa tem uma tarefa muito
além dessa, que é a de analisar os problemas da Cidade, tentar ajudar, cobrar e
fiscalizar o Executivo Municipal.
O
Sr. Elói Guimarães: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme Barbosa, eu
estou acompanhando a manifestação de V. Exª, antes acompanhei a colocação do
Ver. João Antonio Dib, cujo pensamento já conhecia. Devo dizer que o problema
não está no número de Títulos, e sim no comedimento dos Srs. Vereadores,
exatamente no equilíbrio, na proporcionalidade, no bom senso do Vereador em
fazer ou não a homenagem. Não vejo nenhuma dificuldade na quantidade de
Títulos, e sim na falta, vamos dizer assim, de um certo controle por parte dos
Srs. Vereadores. É aí que está a questão. E vale esse princípio para outras
questões da Casa.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Em tese, eu concordo com V. Exª, mas, como o bom senso é uma entidade, vamos
dizer assim, subjetiva, Ver. Elói, é difícil colocar no Regimento um critério,
uma avaliação subjetiva. Não tem como, no Regimento, não entrar uma exigência
que não seja objetiva, como é o caso, então, do número de homenagens que cada
um de nós poderia apresentar.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Barbosa, na verdade, tem
que diminuir o número de Prêmios que a Câmara outorga, disso eu não tenho
nenhuma dúvida. Agora, quando disse que não concordava com a retirada da Sessão
Solene em homenagem às mães, é porque isso é alguma coisa que tem sido feita ao
longo de 35 anos, todos os anos a Sessão tem sido feita, e, nos últimos 15
anos, tem sido feito um culto ecumênico - vêm um pastor, um rabino e um padre
fazer a homenagem às mães. E as mães da Câmara, as Vereadoras e as
funcionárias, também são saudadas e homenageadas.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Muito
bem, é a avaliação de V. Exª, é importante, mas eu acho que, de maneira
nenhuma, anula a qualidade do trabalho feito pela Comissão.
Rapidamente,
já que os apartes que enriqueceram minha intervenção também tiraram muito do
tempo, quero dizer que voltarei a discutir o Projeto do Ver. João Bosco Vaz,
Projeto muito interessante e que diz respeito a considerar como elemento de
propaganda, regulamentado na Lei de Posturas nº 12, de 1975, importante lei do
Município, os carros de som. Eu acho interessante isso, Ver. Brasinha, porque,
de fato, nos bairros esses veículos são muito baratos e eficientes, fazendo com
que o pequeno comerciante consiga pagar essa propaganda e chegar, de imediato,
ao seu possível cliente. No entanto, o problema é a fiscalização. Há uma lei
proibindo, por exemplo - já encerro, Sr. Presidente, agora nos trabalhos, Ver.
Oliboni -, os caminhões que vendem botijões de gás, que tocam aquela musiquinha
muito chata, no sábado ou no domingo, muito cedo, acordando as pessoas no dia
em que elas têm para descansar. Se a gente não consegue fazer a fiscalização
daqueles que são de empresas maiores e em menor número, será muito difícil
fiscalizar o pequeno negócio da propaganda. Mas quero dizer que gosto do
Projeto, porque seria democratizar a propaganda, mas a fiscalização é muito
difícil. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Prezado
Ver. Aldacir Oliboni, dirigindo os trabalhos; Vereadoras, Vereadores, público
que nos assiste pelo Canal 16, neste momento de discussão preliminar de Pauta
quero comentar o PR nº 075/07, assinado pelo Ver. Adeli Sell, que concede o
Prêmio Educação Theresa Noronha à Fundação Projeto Pescar. Creio que essa idéia
do Ver. Adeli honra o nome da Theresa Noronha, nossa líder do CPERS, que a
gente conhecia muito. Trata-se de um grupo de empresas que não olham só para si
mesmas, que não visam apenas o seu lucro, que é sempre necessário; elas
conseguem olhar para o lado, enxergar aqueles que mais precisam e fazem um
trabalho de responsabilidade social em relação aos jovens, aos adolescentes do
nosso Estado, da nossa Cidade. Em torno de 84 escolas na Argentina, Ver.
Ervino, fazem esse trabalho e oferecem meios de aprendizagem, os mais
sofisticados, os mais contemporâneos possíveis, para que esses jovens possam
aprender um pouco sobre disciplina, valores, criatividade; possam desenvolver a
própria criatividade, olhar para dentro, encontrar a si mesmo. Isso significa
não dar o peixe, mas ensinar a pescar, e eles, quando tiverem condições, vão
voar com as próprias asas e andar com as próprias pernas. Eu considero de uma
amplitude muito grande essa homenagem oferecida pelo Ver. Adeli, a quem eu
quero cumprimentar.
Sobre
o Projeto do Ver. Nereu que denomina Rua Hortênsias do Varejão o logradouro
não-cadastrado conhecido como Rua Dois - Estrada do Varejão -, localizado no
bairro Lami, eu acredito que o Ver. Nereu foi muito feliz com essa idéia,
porque conseguiu identificar com o atual nome, Estrada do Varejão, e colocar um
novo nome, poético. Sempre há muitas críticas em relação à Câmara, dizem que
ela só dá nomes às ruas, mas isso não é verdade. É também uma função desta Casa
dar nomes às ruas para que as pessoas possam ser identificadas: “Moro em tal
lugar, número tal, meu nome é esse”. Isso é muito importante, e esse nome eu
achei muito bonito.
Outro
Projeto é o de autoria do Ver. Professor Garcia que concede o Prêmio Artístico
Lupicínio Rodrigues ao violinista, compositor e cantor José Mário Teixeira
Barros, eu sempre acho que quem representa uma Cidade não são as suas
personalidades burocráticas, mas seus artistas, seus intelectuais, são as
pessoas que criam, que se distinguem. Essas pessoas são a alma da Cidade e
querem ser reconhecidas em vida, porque nossos artistas geralmente têm uma vida
com muitas dificuldades, muitas precariedades e depois que morrem é que são reconhecidos.
Então, além da dignidade que todo artista busca para que possa desenvolver e se
enriquecer na sua profissão, os artistas buscam o reconhecimento, buscam o
aplauso, e é isso que dá felicidade ao músico. Eles querem que as pessoas,
depois de assistirem a um grande espetáculo, voltem para casa comovidos,
emocionados, plenamente habitados. Portanto, parabéns ao Ver. Professor Garcia
por essa homenagem que concede o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao
violinista, compositor e cantor José Mário Teixeira Barros. Obrigada, Ver.
Aldacir Oliboni.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ervino Besson está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente dos trabalhos, Ver.
Aldacir Oliboni; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias
e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Há
pouco tempo, o Ver. João Antonio Dib se pronunciou sobre um Projeto da Mesa
Diretora da Câmara Municipal, e, no seu pronunciamento, o Vereador,
gentilmente, me concedeu um aparte. Eu quero dizer que sigo a mesma linha de V.
Exª, Ver. Dib, no sentido de que nós temos que reestudar e rediscutir
conjuntamente - os 36 Vereadores - a quantidade de Prêmios que são concedidos
aqui nesta Casa - não que as pessoas ou as entidades não sejam merecedoras.
Então, seguindo a mesma linha do Ver. João Antonio Dib, nós temos que
rediscutir esse Projeto da Mesa Diretora.
O
Ver. João Antonio Dib colocou que a Câmara presta homenagem aos Clubes de Mães
há 35 anos. E os Clubes de Mães prestam um relevante trabalho social dentro
desta sociedade que vivemos hoje. E, além de prestar esse relevante trabalho
social, os Clubes de Mães estão presentes em todo o segmento da nossa sociedade
- as mães, esse ser, mulher, Ver. João Antonio Dib, que gera a vida humana. E
nós estamos aqui graças às mães. Então, temos que ter esse reconhecimento; sem
dúvida nenhuma a Câmara tem que dar essa homenagem aos Clubes de Mães.
Também
destaco um Projeto de Lei de minha autoria que - perguntem aos funcionários
desta Casa se lembram a homenagem que é feita por esta Casa, com a colaboração
de todos os Vereadores, a própria instituição Câmara Municipal - homenageia o
Dia do Imigrante Italiano. Ontem, até um Vereador fez um comentário em tom de
brincadeira, cada um tem a sua origem, ou é italiano, ou alemão, ou brasileiro.
Não é porque eu sou italiano, mas acho que os imigrantes italianos, como as
outras etnias, têm uma história marcante neste Estado, neste País. Sessenta e
cinco por cento da economia do nosso Rio Grande, na indústria e no comércio,
passa pelas mãos dos imigrantes italianos, Ver. Alceu Brasinha.
Essa
homenagem que a Câmara presta aos imigrantes é na semana da Settimana Italiana,
e várias entidades participam desse evento, como a Associação Cultural Italiana
do Rio Grande do Sul, a própria Sociedade Italiana, Massolin Di Fiori, Circolo
Trentino, Centro Calabrese, entre outros. Então, vejam que a sociedade se
envolve, praticamente, na Settimana Italiana. Hoje já é uma marca, aqui na
Câmara Municipal de Porto Alegre, esse dia, quando a Câmara presta essa
homenagem, sempre com a presença do Cônsul da Itália. É um momento de
reconhecimento aos imigrantes que vieram a este Estado, com seu trabalho, com
suor, com lutas, eles contribuíram muito para o engrandecimento deste nosso
Estado, muito!
Quando
eu vi hoje, em 1a Sessão de Pauta, esse Projeto, eu fiquei chateado,
pois acho que nós deveríamos ter discutido isso, com todo o respeito à Comissão
que foi escolhida para discutir este Projeto. Nós teríamos outro caminho, meu
caro Presidente, sem nos colocar, em alguns momentos, num certo
constrangimento. Porque alguém vai assistir, como disse o Ver. João Antonio
Dib, pela nossa TVCâmara; pelo belíssimo trabalho, milhares de pessoas assistem
às nossas Sessões, e fica até um pouco constrangedor. Para o próprio Conselho
Municipal de Clubes de Mães, enfim, clubes que sempre participam dessa
homenagem, como tantas outras entidades que estão aqui, juntas, representando e
prestando essa homenagem, fica uma coisa constrangedora. E também há a
homenagem ao Dia dos Imigrantes Italianos.
Acho
que, de repente, nós podemos seguir, nem sei... É até um pedido que eu faço, se
é possível, para retirar isso da Pauta. Vamos discutir com as Lideranças, meu
caro Presidente. Vamos discutir com a Mesa Diretora, vamos tomar outro caminho,
porque eu vejo como constrangedor, sinceramente, trazermos aqui este Projeto,
discutirmos este Projeto. Acho que não fica bem para a Câmara, temos outros
caminhos que podemos acertar e tomar outra linha. Fica bem para todos. Fica bem
para a entidade.
Para
terminar, meu caro Presidente, vamos rediscutir a quantidade de Prêmios. Com
isso, eu concordo. Agora, cada caso é um caso. Não que todos não mereçam o
nosso reconhecimento. Merecem, mas vamos rediscutir, sim. Temos que tomar um
outro caminho, sem trazer aqui a discussão para votação no Plenário. Muito
obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O
SR. ADELI SELL:
Presidente Aldacir Oliboni, a nossa saudação; colegas Vereadores e Vereadoras,
efetivamente, Ver. João Dib, as mães devem ser homenageadas diariamente. E seus
filhos e suas filhas devem aprender isso no lar, na escola e na sociedade. Não
será por uma Sessão Solene nesta Casa que nós vamos resguardar a homenagem
merecida que as mães devem ter - e devem ter permanentemente - de seus filhos e
da sociedade, porque muitas mães, inclusive, acolhem os filhos dos outros.
E
não serão menosprezados os meus antepassados alemães, são três quartos do meu
sangue, como as pessoas gostam de dizer, e um quarto da família Campos. Não
será a família Campos, portuguesa, que deixará de ser homenageada, nem a
família Sell, Hammes e Kratz - os outros da minha origem, os alemães -, porque,
toda vez que divulgarmos as questões da cultura alemã, toda vez que
valorizarmos um evento no Clube 25 de Julho, como o da culinária alemã - e, na
semana que vem, o Coral 25 de Julho vai estar lá valorizando -, nós estaremos
homenageando os alemães.
Desculpe-me,
Ver. Ervino Besson: homenagear os italianos é ajudar a divulgar a língua
italiana, para que ela seja preservada pelo Rio Grande do Sul afora. Que no
Vale dos Vinhedos, nos Caminhos de Pedra, todos falem o dialeto italiano para
receber o turista, isso sim é homenagear a cultura italiana! Para isso, têm que
ser exigidos da Governadora Yeda Crusius os cursos de italiano, as condições
para que haja uma estrada decente para se chegar às colônias italianas do Rio
Grande do Sul. E o turismo? Há que exigir, por exemplo, que apareça, novamente,
o Sr. Secretário de Turismo, que “tomou chá de sumiço”!
Gente,
homenagear não é fazer discurso aqui. Às vezes, não sabem como começar nem como
terminar um discurso, porque receberam a incumbência da sua Bancada de
homenagear este ou aquele e nem sabem quem são as pessoas! Gente, devagar!
Merece louvor a Mesa Diretora passada, dirigida pelo Dr. Goulart! Merece louvor
a atual Mesa Diretora, dirigida pela Verª Maria Celeste, composta ainda pelos
Vereadores Oliboni, Neuza, Nedel, Brasinha e Maristela Meneghetti, que tomaram
a si... E os funcionários tiveram a tarefa de compilar o número, excessivo, de
Prêmios e homenagens, Prêmios que às vezes não têm relação direta com aquela
pessoa.
A
Comenda Pedro Weingärtner, por exemplo, Verª Margarete Moraes, deve ser dada
para um verdadeiro artista plástico da nossa Cidade; não para quem freqüentou -
nada contra que freqüente - uma semana o Atelier da Prefeitura; pelo
contrário, deveria haver mais condições no Atelier da Prefeitura, porque ele
pode ser o pontapé inicial para um grande artista, mas a Comenda Pedro
Weingärtner tem que ser dada para alguém que tenha história na cultura
artística da nossa Cidade!
Então,
nós temos que ter Prêmios, como estão sendo sugeridos, inclusive com Emendas de
alguns Vereadores, que foram colocadas lá na Mesa. E desculpe-me, Ver. Ervino,
novamente: seu Líder está presente nas Reuniões. Esse debate foi feito na Mesa
Diretora. O PDT tem presença na Mesa Diretora. Eu acho que V. Exª está
exagerando, está equivocado, porque nós não estamos desmerecendo os bravos
italianos que subiram a serra gaúcha, que vieram do Velho Mundo empurrados por
um capitalismo selvagem de lá, como os alemães foram empurrados por um
capitalismo selvagem. Aqui eles encontraram uma terra dadivosa e difícil de ser
penetrada em alguns momentos, mas a garra e a determinação dos nossos antepassados
fizeram a riqueza e fizeram a glória do Rio Grande do Sul. Por isso acho que
homenagear é estar presente na cultura e na vida das pessoas, e não nos
discursos desta tribuna. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje seria a vez da nossa
companheira Maria Luiza, mas ela permitiu que eu viesse falar. Hoje é dia 12 de
setembro. Dia 15 teremos o aniversário do maior e melhor clube do Rio Grande, o
Grêmio, que completa 104 anos de idade. Domingo tem Gre-Nal, do qual a gente
participa como torcedor, e o Ver. Haroldo como locutor, narrador. Cabe-nos
pedir paz no estádio para não haver problema nenhum de brigas, de selvageria,
enfim. É muito importante a gente também pedir paz para o torcedor, para a
torcedora, para o sócio, para o conselheiro, para todo o mundo, porque o que
interessa é o esporte; é bom demais torcer para o seu clube, seja ele o Grêmio
ou Inter. Vamos somente torcer, sem violência.
Também quero falar a respeito do Prefeito Fogaça,
que está governando há 985 dias, Ver. Dib - já está quase alcançando V. Exª,
que esteve durante 999 dias. Pois bem, no dia 27 completará mil dias de Governo
Fogaça. Eu acho que nesse dia vale a pena convidarmos os Vereadores e o
Prefeito para sair e mostrar o que foi feito na Cidade; foram feitas várias
obras, e há muitos Vereadores dizendo que não enxergam, que não vêem. Então,
quem sabe a gente faz essa proposta de levá-los lá para mostrar essas obras.
Com relação a esses mil dias, também quero convidar
o Prefeito para ir novamente até a Av. Baltazar de Oliveira Garcia, para ver
como estão as obras depois do seu reinício, que foi no dia 28. Hoje estão
completando 15 dias, sendo que, nesses 15 dias, alguma coisa já deve aparecer,
porque tenho passado seguidamente lá, tenho visto muita gente trabalhando, e as
máquinas também. A Governadora Yeda está governando há 255 dias, Ver. Dib - eu
gosto muito de números. E, para completar o ano, a Governadora reiniciou as
obras. Acho que soma muito para a Governadora, para a comunidade, porque a
perda, o custo social jamais será recuperado, o importante agora é que as obras
não parem mais.
Eu também estava fazendo a conta: até dia 31 de
janeiro, Ver. Dib, se trabalharmos todos os dias, teremos 44 Sessões, nas quais
será possível aprovarmos o
Plano Diretor. Mas isso só acontecerá se trabalharmos bastante - e trabalhar! Temos
que colocar como meta principal a aprovação do Plano Diretor. Nós já discutimos
o Plano Diretor em oito locais da Cidade, e a Câmara de Vereadores se fez
representada com vários Vereadores. Nós tivemos debates muito bons, muito
ricos, a Cidade já está sabendo como funcionará o Plano Diretor.
Então,
meu amigo, querido Ver. Nereu, vamos trabalhar bastante para aprovarmos o
Projeto do Plano Diretor e, quando chegar no dia 31 de dezembro, poderemos
comemorar o nosso trabalho, o qual será feito com muita dedicação pela Cidade e
pela comunidade. E a participação das comunidades junto ao Fórum será muito
importante para nós, Vereadores, porque saberemos o quanto eles estão
informados; às vezes, eles estão muito bem informados lá fora, até mais que
nós. Então, sejam muito bem-vindas a esta Casa todas as comunidades para que
participem dos debates.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, tem razão o Ver. Alceu Brasinha na preocupação
quanto ao Gre-Nal do próximo domingo, porque continuamos ainda no impasse com a
Brigada Militar. A decisão do Secretário de Segurança de que não colocará a
Brigada Militar dentro do estádio ainda não está valendo para esse clássico do
final de semana, mas, na outra semana, já estaremos, sim, com esse grave
problema. Eu não acredito, Ver. Nereu D’Avila, que um estádio com 40 mil
pessoas possa ter a sua segurança garantida por seguranças particulares, em
número de 200 ou 250.
Está
no jornal de hoje que um leitor ontem entrou no táxi-lotação n° 644, do
Sarandi, o calor estava em 34 graus, e ele pediu ao motorista que ligasse o
condicionador de ar; e aí o motorista disse: “Não, está estragado, vai reclamar
na EPTC”. O passageiro aceitou a sugestão, entrou em contato com a EPTC, a qual
falou: “Vá reclamar na Câmara de Vereadores!” Então estou aqui reclamando,
estou recebendo. É para reclamar aqui, EPTC? Quer dizer que a falta de
condicionador de ar no lotação é responsabilidade nossa, dos Vereadores? Pensei
que era da EPTC, pensei que era de vocês! Mas que coisa, como vocês estão
transferindo responsabilidades! Não, não é conosco o problema com o
condicionador de ar do lotação - viu, gente da EPTC?! Puxa, vida!
E,
por falar em contato, nós temos o Projeto - porque a gente coloca projetos para
que a sociedade comece a discutir e a fazer suas emendas, dar opinião e debater
- sobre o uso do celular nas salas de aula. Eu recebi um comunicado o Colégio
Anchieta dizendo que lá já tem uma decisão tomada: é proibido celular na sala
de aula e pronto, estamos conversados, não tem mais nada. Agora, se outras
escolas querem, não é questão de fazer um projeto para proibir: “Olha, está proibido.”
Não! É uma decisão. Eu não vejo condições de aquele aluno, Ver. Oliboni,
ouvindo pagode, dizer que ganha inspiração para estudar. O que é isso,
malandro? Vai contar história para mim? Não! Conta essa história para o teu
pai, que não o deve ter orientado bem, porque não pode; para estudar tem que
ter calma, tem que ter concentração, e não é ouvindo pagode, ou então aquelas
músicas de rap, bundinha para cá, bundinha para lá, mas deixa para lá!
Agora,
o que eu queria registrar mesmo, aqui, hoje, é o fim do convênio do Pão dos
Pobres com o Governo do Estado. Em 1999 o Governo do Estado firmou um convênio
com a Fundação Santo Antônio Pão dos Pobres, aqui da Capital, com 50 mil
mensais, para a confecção de mil óculos/mês. E o convênio, que durou oito anos,
gerou a distribuição gratuita de 62 mil óculos de grau para pessoas que
precisam, necessitam, crianças que necessitam para a escola, idosos que não têm
condições de comprar óculos. Pois, agora, a nossa Governadora, no dia 15 de
agosto, resolveu terminar com o convênio. Como terminar com o convênio?! Nós
vamos terminar com as coisas que funcionam e vamos deixar em funcionamento
aquelas que não resolvem? Essa do Pão dos Pobres resolve um problema, sim! E um
problema grave. Quantas pessoas necessitam de óculos de grau e não têm
condições para a consulta e muito menos para os óculos, as lentes, o aro. E,
aí, o Pão dos Pobres, através daqueles meninos, do seu laboratório,
confeccionou óculos durante oito anos - 62 mil óculos foram distribuídos.
Agora, com o atraso dos repasses, a dívida está em 200 mil reais. Como manter a
continuidade desse projeto que é feito com tanto carinho pelo Pão dos Pobres?
Eu deixo aqui desta tribuna um apelo à Governadora, para que reveja essa
posição com respeito ao convênio de 50 mil mensais com o Pão dos Pobres. Não é
a cidade de Porto Alegre quem está agradecendo, Governadora, é o Estado do Rio
Grande do Sul, porque de todos os cantos e recantos dos pampas vem gente a
Porto Alegre para buscar os seus óculos de grau na Associação Pão dos Pobres.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Ver. Oliboni,
na presidência dos trabalhos; colegas Vereadoras, Vereadores, Verª Margarete
Moraes, Ver. Marcelo Danéris e Ver. Guilherme Barbosa, nós, da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, estamos atentos ao tema Pão dos Pobres. Em que ano
mesmo, Ver. Haroldo, foi feito o convênio? Em 1999. Quem era o Governador
então? Olívio Dutra, do Partido dos Trabalhadores. Quem cortou o convênio? Yeda
Crusius, do PSDB. É uma diferença brutal entre um Partido que busca a inclusão,
que cuida da Saúde Pública, que cuida do bem-estar social, e o tucanato, que
representa as classes dos banqueiros e dos exploradores, como já foi muito bem
demonstrado na história recente deste País.
Nos colégios estaduais abandonados, a salvação são
os seus diretores e professores, Professora Margarete Moraes. No Colégio Padre
Reus - o Ver. Guilherme Barbosa conhece bem, porque mora perto -, temos a
Bienal de Artes. Ontem estive lá, e é fantástico o que a garotada está fazendo,
porque ainda tem uma chama de revolução, há um brilho nos olhos dessa garotada
que não foi computada por esta teia que se espalha sobre a nossa juventude, que
faz desaparecer o encanto de algumas pessoas, infelizmente, através da
destruição da sua saúde, que é a drogatização. Que bom que existem professores,
diretoras e diretores que brigam pela cultura, pela educação e que não sucumbem
diante da política de enturmação do Governo tucano Yeda Crusius.
Muito se fala, neste momento, sobre a Semana, o mês
Farroupilha, o Parque da Harmonia, Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Fala-se
em cercar o parque. Qual era a proposição gestada por funcionários servidores
da Prefeitura - da SMAM, da Cultura, da SMOV, da SPM, da SMIC, etc? Era termos
uma fazendinha com visitação pública - como temos um espaço que é o Centro
Gaúcho de Tradições Almir Azevedo -, termos também permanentemente um espaço de
acesso público, não tomado por moradores de rua, lixo, sujeira, como estamos
vendo hoje, mas com cuidados para que o morador do Centro, que mora em
apartamentos, que não tem onde fazer seu churrasco, assar seu galetinho, tomar
sua cervejinha aos domingos, possa se reunir com a sua família, fazer o que o
povo costuma fazer aqui no Harmonia.
Cercar o Parque, dar para a iniciativa privada a
custo de 300 mil reais? Ninguém faz nada de graça! Em troca de quê? De cobrança
de ingressos? Já pagamos 10 reais para os flanelinhas para chegar ao Parque, e
a EPTC... Não é com a EPTC, Ver. Haroldo! A EPTC diz que é um problema da
Câmara Municipal. Sim, porque fica perto daqui, então tudo que é “pepino” é
nosso. Agora, o que está acontecendo? As pessoas não conseguem acessar o Parque
da Harmonia sem deixar 10 reais na mão dos flanelinhas. Onde está a EPTC para
cuidar disso? Estão estacionando sobre todo o Parque; aqui do lado também, e
ninguém consegue responder. O mutismo do Secretário Beto Moesch é
impressionante! Há um parque de diversões aqui. E hoje me “cantaram” outra:
agora estão abrindo um outro ali no Parque Marinha do Brasil. Mandei minha
assessoria ir lá verificar e fotografar. Gente, assim não dá! Assim está muito
mal. A Cidade está suja. O jornal Correio do Povo mostrou hoje uma matéria
sobre uma rua no bairro Floresta tomada de sujeira, de lixo, de moradores de
rua; e a FASC faz de conta que não é com ela.
Eu fiz um levantamento, Verª Margarete Moraes -
sempre vigilante na questão da criança e do adolescente: a exploração sexual de
meninas ao longo da Av. Voluntários da Pátria é um escândalo! Não é
prostituição, é exploração sexual de meninas. Tudo o que fizermos lá na
Intercap foi abandonado pela Prefeitura. Isso está muito mal, vai mal a
Prefeitura, vai mal o Governo do Estado; mas, no País - atentem! -, houve
crescimento de 5,4 % da nossa indústria, a moeda está estabilizada, os juros
estão baixando. Qual Governo? Um Governo de composição, que nós temos orgulho
de capitanear. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NEREU D’AVILA: Ver.
Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este ano
nós estamos, como no ano passado, numa aceleração para que esta Câmara seja a
mais transparente possível, para que a população possa confiar na Câmara de
Porto Alegre. Nós não proclamamos em nenhum momento - até porque seria ridículo
- que aqui estão 36 pessoas que são donos da verdade ou que têm o dom de só
fazer coisas acertadas. Mas há aqui, sim, homens e mulheres que se preocupam
com os problemas da Cidade, que se preocupam com a situação que estamos
vivendo.
Ontem,
eu assisti a uma matéria na RBS que adentrou na intimidade dos nossos
gabinetes, como hoje o Tribunal de Contas está aqui com as suas averiguações
anuais, como nós todos estamos preocupados, e hoje pela manhã estivemos
reunidos para verificar, cada vez mais, que sejam franqueados à população todos
os nossos gastos. Está na Internet um portal exatamente com esse sentido, para
que não sejamos surpreendidos com situações que, em outras Câmaras ou mesmo no
Congresso Nacional, são constrangedoras para os seus Parlamentares. Nós estamos
preocupados com essa situação. Só este ano: nós já reduzimos o recesso, foi
votada a Lei do Nepotismo, e nós, nesses 234 anos da Câmara, estamos
preocupados. E aqui dizemos, sem nenhum pejo, sem nenhum problema, que temos
uma verba de gabinete de 10 mil reais, que é uma verba que não é opulenta; é
uma verba razoável. Podemos fazer uma viagem desde que saia da nossa verba. Mas
aqui não há nenhum exagero de viagem. Ou seja, nós estamos trabalhando no
compasso que o País está vivendo.
Estamos
constrangidos, como todos os brasileiros e brasileiras, hoje; estamos
constrangidos porque o País está parado para assistir a uma situação no
Congresso, em que o Senado, infelizmente, com uma lei do século passado,
fechado, parece um colégio de freiras ou um convento, em que ninguém pode
assistir, ver, numa época em que a transparência, em que a publicidade são
princípios inalienáveis de todos os cidadãos e fazem parte da cidadania. Ora,
uma reunião secreta, para a qual foi preciso Mandado de Segurança para que a
outra Casa, a Câmara dos Deputados, participasse com treze Deputados...!?
Precisou uma liminar do Supremo Tribunal Federal. O que dirão os países
desenvolvidos? Imaginem se isso é publicado no New York Times, ou se é publicado no principal
jornal de Paris? Que no Brasil, para julgar um de seus Pares, foi feita uma
reunião secreta; parece uma coisa do século XVIII. Uma reunião secreta em que
os Deputados, para participarem da reunião no Senado, tiveram que obter uma
liminar do Supremo Tribunal Federal.
Ora,
eu espero que o Congresso comece a agir com a transparência que nós estamos
agindo, inclusive a própria Assembléia, que infelizmente foi pega no contrapé
de um escândalo, algo que não se presumia, porque o funcionário era considerado
um bom funcionário. Que não aconteça isso, porque evidentemente nenhum Deputado
desta Legislatura ou de qualquer Legislatura concordaria com qualquer desvio da
Assembléia. Mas, já que aconteceu, faça-se dos males o menor; já que houve o
problema dos selos, vamos aprofundar a transparência, vamos colocar mecanismos
pelos quais a população possa acompanhar, e que não aconteçam surpresas como
essa, de uma pessoa que era considerado um funcionário padrão e, de repente,
transformou-se no réu confesso de um escândalo de cerca de 3 milhões de reais.
Ou seja, a Assembléia e o povo do Rio Grande não mereciam que esse funcionário
fizesse isso para a Instituição, mas fez.
Então,
quem dirige - e a Mesa Diretora aqui, todas as segundas-feiras, tem reunião
conosco, as Lideranças... Nós temos uma responsabilidade compartilhada para que
não aconteça de sermos pegos no contrapé por alguma atitude desvirtuosa de
algum funcionário. Por isso estamos de acordo que o Tribunal de Contas venha
aqui, conviva conosco. Estamos fazendo consultas ao Tribunal de Contas sobre
situações até de Projetos aqui da Casa, para que todos saibam - principalmente
autoridades maiores - o que acontece nesta Casa. Porque ninguém está livre. De
repente, uma pessoa, como no caso da Assembléia, joga a Instituição quase que
numa situação de descrédito. O que não é verdade, o que não é verdade! Não se
julgue um mal para toda a Instituição. Aqui todos sabem do que eu estou
falando. Mas é necessário que a população saiba - e a TVCâmara está
transmitindo -, porque agora estamos vivendo como se falava na época do Império
Romano: “À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Havendo
quórum, passamos à
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, passamos à Reunião Conjunta para análise
do Processo nº 4354/07, que adapta o Plano Classificado de Cargos dos
Funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgoto à Lei nº 6.309, de 28
de dezembro de 1988, em decorrência das alterações provocadas pela Lei nº
7.691, de 31 de outubro de 1995. Suspendo a Sessão para que seja feita, com o
Presidente da CCJ, Ver. Nereu D’Avila, a Reunião Conjunta.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h08min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 16h23min): Estão reabertos os trabalhos.
Em votação Requerimento de autoria das Lideranças
da Casa para a apreciação das matérias constantes na Ordem do Dia na seguinte ordem: PR nº 042/07 e PLCE nº
004/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC. Nº 1877/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/07,
de autoria da Mesa Diretora, que inclui art. 63-A na Resolução nº 1.178, de 16
de julho de 1992 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), e alterações
posteriores, possibilitando, por deliberação da Mesa e das Lideranças, mediante
Resolução de Mesa, a constituição de Comissão Especial para avaliar e discutir
a implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA),
bem como para propor-lhe correções e complementações e relatar projetos que
disponham sobre sua alteração. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 05 e 06 e
Subemenda nº 01 à Emenda nº 02.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Prof. Garcia: pela
aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01, 02 e 03 e da Subemenda nº 01 à Emenda
nº 02; e pela rejeição da Emenda nº 04.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia em 06-09-07;
- retirada a Emenda nº
04.
A SRA. PRESIDENTA (Maria
Celeste):
Em discussão o PR nº 042/07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PR nº 042/07.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, Mui Digna Presidenta da Casa; colegas Vereadores e Vereadoras,
eu queria pedir uma atenção especialíssima a alguns Vereadores que estão nesta
Casa há mais tempo, também a alguns Vereadores da Comissão de Constituição e
Justiça, em especial seu Presidente, Ver. Nereu D'Avila, e pedir a atenção do
Ver. João Dib, que acompanhou os processos de revisão do Plano Diretor tanto de
1979 quanto de 1999.
Ontem
eu trocava idéias com alguns Vereadores sobre o que nós temos no Plano Diretor
de 1999, dizendo que agora faríamos uma revisão. Revisão, Ver. Todeschini,
significa alterações. Toda vez que aqui nesta Casa nós alteramos uma lei -
agora a Prefeitura acabou de nos mandar uma alteração da legislação do ISS -,
como começa o Projeto de Lei? “Altera a Lei Complementar nº 007/73”, por exemplo.
A pergunta que eu faço humildemente, mas com toda a tranqüilidade de que é
necessário fazê-la neste momento, é a seguinte: se é uma revisão, o Projeto,
Ver. Elói Guimarães, que é Procurador do Município, não deveria começar
dizendo: “Altera a Lei Complementar nº 434/99”, e aí continuar o Projeto?
Porque o último artigo do Plano Diretor, que nos foi entregue pelo Sr.
Prefeito, fala na revogação da Lei nº 434. Imaginem, senhoras e senhores, o
problema de técnica legislativa que nós temos agora. Parece uma firula para
quem não está no cotidiano da discussão, da elaboração de leis, mas nós temos
de ter precisão e concisão na legislação, Ver. Dib.
Eu
pergunto novamente: colegas Vereadoras e Vereadores, ao receber o Plano Diretor
com um caput elaborado dessa maneira - o caput não fala da
revogação, fala apenas no seu artigo final, o caput não fala em alterar
a Lei nº 434 -, nós não estaríamos concomitantemente cometendo dois erros de
redação jurídica? Afinal de contas, esta é a nossa 3ª Sessão de discussão do
Plano Diretor. Nós devemos ter toda a nossa atenção concentrada na discussão
deste Plano Diretor, mas o que eu vejo é: “Não, não será possível discutir isso
em três meses”. No ano que vem, não haverá condições políticas para discutir e
decidir. Nós temos que trabalhar no mínimo três Sessões semanais, mas não
podemos começar a escolher os nomes, decidir os nomes por Bancada, sem
resolvermos um problema de redação, de legalidade, porque qualquer incursão na
Justiça pode barrar o processo legislativo. Podemos causar enormes problemas -
e aqui quem fala é a Liderança da Bancada de oposição, presente permanentemente
neste Plenário, com preocupação com o futuro da Cidade, Ver. Marcelo Danéris,
que inclusive na Sessão passada chamou atenção especial para esse item no seu
artigo final.
Eu
quero mais uma vez, Verª Maria Celeste, Mui Digna Presidenta, colocar essas
questões para nossa reflexão. Quem sabe uma reflexão da Mesa Diretora, quem
sabe uma consulta à nossa douta Procuradoria, à nossa Diretoria Legislativa, e
uma reflexão séria como eu sei que sempre é feita e deve ser feita pelas Sras.
Vereadoras e pelos Srs. Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir o PR nº 042/07.
O
SR. MARCELO DANÉRIS:
Verª Maria Celeste, Presidenta da Câmara; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que
nos acompanha aqui e pela TVCâmara, eu quero continuar nesse debate trazido
pelo Líder da nossa Bancada, o nosso companheiro Adeli Sell, porque esse tema,
Ver. Dib, não é um tema lateral, não é um tema periférico, não se trata de um
pequeno ajuste. Eu quero chamar especial atenção do Ver. Elói Guimarães, do
Ver. Nereu D'Avila, do Ver. Luiz Braz, do Ver. Bernardino Vendruscolo, dos Vereadores
que estão se colocando à disposição para participar da Comissão Especial do
Plano Diretor, que colocam seus nomes para Presidência, Vice-Presidências e
Relatorias.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 042/07.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras,
aprovarmos o Projeto de Resolução para tratar da revisão do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental - esse é o objeto que temos que tratar no
Plano Diretor. Portanto existe um grande conflito de ordem jurídica estabelecida
nesta Casa, porque a revisão do Plano Diretor, conforme o Estatuto da Cidade...
No próprio Plano Diretor, Ver. João Antonio Dib, é dito que, no início de cada
Legislatura, ou no início de cada gestão administrativa, deve ser feita uma
avaliação do Plano Diretor, e avaliação não é revogação de um Projeto na sua
totalidade, é incorporar no Plano todas aquelas carências que nós temos e
orientar para acrescentar novos conteúdos que venham fazer a inovação da
Cidade. Portanto esse é o debate que aqui está colocado, porque, da maneira
como veio a proposta do Executivo, revogar-se-ia a atual lei, o que seria um
problema.
Nós
temos um problema de ordem jurídica para analisarmos - o primeiro problema para
nós analisarmos. Além desse problema de conteúdo de ordem jurídica, que mexe
com a estrutura em seu todo... Porque, no momento em que revogamos, nosso
Assessor Ferraro, nós não estamos avaliando, nós não estamos incorporando novos
temas pontuais. Há que ser analisado, discutido novamente, ponto por ponto,
capítulo por capítulo, artigo por artigo, e o objeto não é esse. E, na Comissão
que nós estamos propondo, há um conjunto de temas e sub-relatorias que vão dar
muito trabalho.
Nas
reuniões que a Câmara fez, nas oito Audiências Públicas - e tive a oportunidade
de estar presente nas oito -, ouvimos muito da comunidade a respeito de alguns
problemas estruturais da Cidade; entre eles está a Reforma Urbana, a adequação
do Estatuto da Cidade. Portanto, só esse tema de incorporarmos, de uma forma
concreta, à vida da Cidade todas essas comunidades irregulares, para elas
deixarem de ser da “Cidade ilegal”, ou da “Cidade irregular”, e serem
incorporadas à “Cidade legal”, só isso é um trabalho monumental sobre o qual a
Câmara terá que se debruçar. Esses estudos não vieram do Executivo, e a
sociedade está demandando o tema da Reforma Urbana. Reforma Urbana significa
enfrentarmos região por região da Cidade; significa analisarmos comunidade por
comunidade irregulares; significa propormos um regime urbanístico para cada uma
dessas regiões ou comunidades, e eu poderia citar aqui a Restinga. Só em torno
da Restinga, Ver. João Antonio Dib, há 59 vilas irregulares que já estão
inseridas naquela malha urbana. Nós vamos reconhecer essas vilas irregulares
como um perímetro urbano e determinar regime para que elas iniciem um processo
de regularização fundiária, ou vamos simplesmente dizer: “Daqui a dois anos
terá que vir uma proposta de regularização fundiária”? Ou: “Daqui a um ano e
meio terá que vir uma proposta de regularização fundiária”, como veio na
proposta apresentada pelo Executivo Municipal?
Eu
não tenho dúvida nenhuma de que esta Casa, de que esta Câmara tem que enfrentar
esse debate e propor resolução para esse tema. Então, só esse tema de incluir
na Cidade todas as comunidades irregulares... Incluir na lei é dizer: “A Cidade
está incluindo as comunidades que hoje estão à margem da lei”. Com isso,
desencadeia-se o processo de regularização, da busca de projetos de ordem
federal, que tem muito recurso hoje para investir na regularização fundiária;
da busca da possibilidade de disputar o Orçamento Participativo e resolver os
problemas das suas comunidades. Esse será o tema só de uma sub-relatoria; eu
nem estou falando nas outras cinco sub-relatorias, o que está sendo proposto
aqui.
Portanto,
Srª Presidenta, ouvir as entidades, receber isso, sistematizar e traduzir para
dentro do Plano Diretor com uma questão concreta e objetiva que venha a
resolver o problema das comunidades e da Cidade é o compromisso que esta Câmara
tem que ter neste momento. Senhores e senhoras, por hoje essa é a minha
contribuição e da nossa Comissão dentro do debate sobre a revisão do Plano
Diretor. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PR n° 042/07.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Presidenta
desta Câmara, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assistentes do Canal 16,
público presente, sem dúvida a Lei do Plano Diretor é a lei mais importante de
qualquer cidade, porque é ela que regulamenta, que planeja, que prevê a
distribuição, as competências, as atividades, o equilíbrio ambiental, enfim, a
regulamentação maior da vida numa Cidade. Também o trânsito, o transporte, a
circulação, a mobilidade urbana, enfim, tudo o que é importante diz respeito ao
Plano Diretor. E nós temos uma situação em que, ao longo dos anos, a “Cidade
formal” teve um tratamento, um reconhecimento, e por muito tempo a “Cidade
informal” não foi vista, não foi olhada. E a estratégia da participação fez com
que a “Cidade informal” fosse também incluída na dinâmica da Cidade e, assim,
vista de forma diferente pelos governantes, especialmente no último período,
por meio do Orçamento Participativo. No entanto, examinando a proposta que aqui
chega, identificamos um erro formal sério e que nos preocupa demais, porque, da
forma como o Projeto veio, da forma como se expressa esse erro, qualquer
movimento, qualquer entidade, ONG ou cidadão de Porto Alegre podem entrar na
Justiça e anular a lei existente, criando um vazio jurídico importante sobre
esse regramento do qual a Cidade não pode prescindir, não pode deixar de ter em
qualquer momento.
E
mais: enquanto Vereadores, não podemos aceitar uma situação que é de
responsabilidade do Executivo, não podemos aceitar que simplesmente seja
transferida a irresponsabilidade por mais um erro, porque acho que o Prefeito,
que é uma pessoa de boa intenção, tem sido refém dos erros que a sua equipe
comete. Nós apreciamos aqui, há poucos dias, um Veto em que claramente dava
para identificar que o Prefeito não havia lido ou não havia examinado aquilo
que assinou. E agora isso se repete numa situação de alta importância e de
altíssima gravidade, porque diz respeito a todo regramento principalmente da vida
na Cidade, que é a Lei do Plano Diretor. Isso não pode ser repassado para a
responsabilidade do conjunto dos Vereadores. Porque é assim que vai ser tratada
essa matéria, caso isso - porque é um desdobramento possível - aconteça. O
Executivo lava as mãos, e a responsabilidade fica aqui com a Câmara de
Vereadores, sendo que, por erros de origem, por vícios, por falhas legais,
podemos ficar com a Cidade “a nu”. Então eu não aceito isso. O Município tem
técnicos, sim, tem Procuradores, tem juristas da mais alta competência; é preciso
que seja visto esse lado, para que façamos, sim, o nosso papel naquilo que é da
nossa responsabilidade, naquilo que é trabalho efetivo desta Câmara, e não a
gente, em conjunto aqui, passar a assumir responsabilidades que não são nossas.
Portanto, é bom que o Executivo olhe para isso.
De outro lado, também nós ficamos felizes, porque,
há poucos minutos, participamos, Ver. Guilherme, de uma reunião, na qual foi
formalizado o repasse dos recursos, pela Caixa Econômica Federal, do PAC, do
Governo Lula, da ordem de 33 milhões de reais para o reassentamento de 1.100
famílias da Vila Dique e mais 400 famílias da Vila Nazaré, o que vai
possibilitar, viabilizar a ampliação da obra do Aeroporto Salgado Filho, que
também está contida na estratégia de desenvolvimento da Cidade, prevista no
atual Plano Diretor. Isso é mais um ato que tem que ser registrado, porque é
significativo, é importante, é impactante positivamente para a Cidade,
especialmente para os moradores das vilas que vão receber uma qualificação de
vida, qualificação ambiental, qualificação da moradia, qualificação em
equipamentos urbanos. Então, parabéns às comunidades da Vila Dique e Nazaré por
essa ação importante, fundamental e decisiva do Governo Lula aqui em Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não há mais
quem queira discutir esta matéria, está encerrada a 3ª Sessão de discussão do
PR nº 042/07, que cria a Comissão Especial que irá avaliar o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1780/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/07, que dispõe sobre a criação do Sistema
Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, que será composto
pela Conferência, pelo Conselho, pelas Micro-redes locais de SANS e pela
Coordenadoria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, com
vistas a assegurar o direito humano fundamental à alimentação adequada, e dá
outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM, em 05-09-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o
PLCE nº 004/07.O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLCE n° 004/07.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, colegas Vereadores e Vereadoras, nós precisamos ter uma clara idéia
do que estamos prestes a votar, Ver. Alceu Brasinha, já que é uma legislação
importantíssima vinda do Executivo Municipal. Nós temos aqui a presença de
membros do Executivo. Nós temos dialogado, incansavelmente, com o Carlos, que
está aqui representando o gabinete do Sr. Prefeito Municipal, e lembro a
relação que mantivemos com a FASC e com outros órgãos municipais acerca do
Sistema Municipal de Segurança Alimentar, que cria o Conselho Municipal.
Nós
queríamos aproveitar este momento, Ver. Mario Fraga, para que tivéssemos um
retorno formal da base do Governo de como pensa - tanto que não fizemos emendas
sobre o tema - a criação do Fundo. Porque as senhoras e os senhores sabem que,
ao aprovarmos o Sistema Municipal, teremos condições mais concretas e reais
para acessar as verbas federais, as verbas de outras instituições e fazer as
várias parcerias imperiosas para diminuir a fome, a miséria e exclusão em nossa
Cidade.
Nós
tivemos aqui, também, a participação em um evento que a minha Bancada - Bancada
do PT - realizou, do Governo Federal, através da Companhia Nacional de
Abastecimento. E aqui se faça justiça: a Conab, através da sua representação no
Estado, tem repassado produtos, alimentos que são fundamentais, como feijão,
arroz, açúcar, mas principalmente feijão, que é um produto fundamental na
primeira infância, porque feijão tem ferro, Ver. Todeschini. O nosso
representante da Conab tem estado presente e tem dito, clara e objetivamente -
disse para nós aqui na Câmara, eu sei que é assim que ele age -, que não há
favorecimento político-partidário: a Prefeitura de Porto Alegre recebe, como
qualquer instituição recebe, se fizer prestação de contas.
Felizmente
nós não enfrentamos o triste episódio que temos nos jornais de hoje sobre a
“trambicagem” com a merenda das crianças que passam fome nas escolas de Canoas
e Sapucaia. Portanto, com um Conselho que terá um olhar permanente sobre a
distribuição de alimentos, nós evitaremos - algo que acontece com freqüência, e
aqui não é nenhum julgamento de valor, aqui não há nenhuma crítica a esse ou
àquele, mas acontece no Brasil - o desvio de alimentos. Nós assistimos na
televisão ontem, estarrecidos, diga-se de passagem: em um Estado do Nordeste
brasileiro, um Vereador, há quatro anos, retirava o minguado salário mínimo de
um aposentado de 81 anos, que era alimentado por seus vizinhos, e esse Vereador
está na cadeia, porque havia desvio. Quando nós criamos o Conselho Municipal de
Segurança Alimentar, nós estamos criando as condições técnicas, o olhar
comunitário para essa situação.
Por
isso a nossa Bancada está negociando com a base do Governo as Emendas; nós
recuamos com a garantia, Ver. Mario Fraga, de que a base do Governo votará as
Emendas da Bancada do PT - uma Emenda e uma Subemenda - e a Subemenda da Verª
Maria Luiza, da Bancada do PTB. Nós apoiaremos as Emendas da Bancada do PTB,
Ver. Brasinha.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Aldacir Oliboni inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Adeli Sell, com a
concordância do Ver. Dr. Raul, que será o próximo inscrito.
O
SR. ADELI SELL: Então,
nós queremos integrar as microrredes no Conselho. Nós queremos integrar algumas
entidades que não estão totalmente integradas, como aquelas que tratam da
questão das religiões de matriz africana, que será assinada pela Verª Maria
Luiza, porque nós queremos mostrar aqui, Ver. Brasinha, que não somos donos de
nada, nós compartilhamos com as outras Bancadas. Nós retiramos uma Emenda nossa
com a garantia de que votaremos todas as Emendas, inclusive aquela Emenda que
eu fiz, que dá espaço de voz para aqueles que não estão formalmente no Conselho
e que, portanto, não votarão, mas poderão chegar para reclamar, para opinar,
para fiscalizar.
Então,
meu caro Carlos, que representa aqui a Prefeitura, eu espero que o exemplo que
a minha Bancada, a Bancada do PT, está dando, que fez um Seminário com a sua
presença, que trouxe os núcleos do Fome Zero para cá, que trouxe as entidades
representativas dos indígenas, que dialogou com a Emater, que é do Governo do
Estado... Diga-se de passagem, a Emater sempre, de forma altaneira,
independente, tem colaborado com o Governo de Porto Alegre. Foi assim na gestão
do PT, é assim na gestão do PPS, e sobre isso tem que ser feito justiça. Eu
tenho orgulho de falar isso, porque o meu colega de Bancada, o Ver. Todeschini,
é funcionário da Emater, servidor da Emater. Nós queremos continuar a insistir
para que esse Conselho, esse Sistema Municipal, seja uma gestação coletiva
daqueles que se preocupam em combater a fome e a miséria em Porto Alegre.
Nós
tivemos aqui a presença várias vezes de representantes do Governo. Nós tivemos
a presença de Dom Mauro Morelli, que foi recebido pela Presidenta da Casa, Verª
Maria Celeste, e de vários outros Vereadores, e todo mundo aqui sabe da
persistência, da tenácia, do vigor com que Dom Mauro Morelli tem lutado para
defender a primeira infância. Os quatro primeiros anos de vida de uma criança
são fundamentais para a sua constituição de cidadão no futuro. Por isso, nós
também, Ver. João Dib, compartilhamos as idéias, as preocupações, as Emendas, as
Subemendas com todos os Vereadores que estiveram dispostos a negociar conosco.
A composição do Conselho não agradará, Verª
Margarete Moraes, a todos. Outras pessoas queriam estar no Conselho. Por isso
eu disse ao Ver. Mario Fraga que dê espaço para que a pessoa que não esteja
formalmente, que não esteja votando, tenha vez e voz. E há uma concordância,
portanto, do Ver. Mario Fraga, que representa o Governo aqui, para que possamos
fazer essa composição.
Então, em defesa das crianças, no combate à fome e
à exclusão social, nós temos orgulho de, nesta quarta-feira, dia 12 de
setembro, aprovar o Sistema Municipal de Segurança Alimentar e seu respectivo
Conselho. Quiçá consigamos, Ver. Luiz Braz, ter aqui a unanimidade com esse
acordo que está sendo costurado, porque, mesmo que não vá agradar a
representação de todos e todas, Verª Clênia Maranhão, eu tenho a certeza de
que, com a concordância do Mario Fraga, que aqui representava o Governo, nós
vamos ter a condição de ter a palavra, o acompanhamento de toda a cidade de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para discutir o PLCE n° 004/07.
O SR. DR. RAUL: Exma Srª Verª
Maria Celeste, Presidenta da Casa; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos
assistem também pela TVCâmara, eu venho a esta tribuna para dizer da nossa
satisfação em fazer com que esta Casa realmente seja parceira na criação do
Sistema Municipal de Segurança Alimentar.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dr. Raul, eu havia pedido um
aparte para o Ver. Adeli Sell, mas ele não deve ter visto que pedi o aparte. Então,
peço a V. Exª, e ele vai ouvir. A Emenda n° 01, da Verª Clênia, e a Emenda n°
02, do Ver. Adeli, são semelhantes. Como a Emenda n° 01 tem primazia, eu acho
que o Vereador deve examinar a Emenda nº 02. Obrigado, Vereador.
O SR. DR. RAUL: Obrigado, Ver. Dib.
Para nós da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta
Casa, a alimentação e a nutrição são fundamentais. Temos programas como o
“Primeira Infância Melhor”, o “Prá-Nenê”, enfim, em todos os níveis da
cidadania a alimentação e nutrição são fundamentais. Acreditamos que a
municipalização, que é o está acontecendo, a integração; o Conselho para fazer
a fiscalização, o atendimento dessas questões; a própria Conferência, as
microrredes, que estão no Projeto, isso tudo vai dar uma consistência para a
cidade de Porto Alegre, para todas as entidades que podem contribuir também na
área da segurança alimentar e nutricional. Na realidade, a saúde é tudo,
dependemos da nossa saúde para tudo, desde a nossa criança ao nosso idoso, e
não existe nada pior do que a fome. Então, aquelas pessoas que têm contato pelo
menos com situações de risco alimentar e nutricional se sentem muito
sensibilizadas quando vêem que todos os Vereadores, a comunidade, enfim, têm
essa necessidade, sentem essa necessidade de angariar mais cidadania através da
alimentação, da participação de entidades, de pessoas, do Governo, seja
estadual ou municipal, para que a segurança alimentar e nutricional realmente
se faça e traga com isso a dignidade, o crescimento e o aumento da
potencialidade dos cidadãos.
Sabemos que a alimentação, a nutrição,
principalmente nos primeiros anos de vida, desenvolve o nosso cérebro,
desenvolve todos os nossos órgãos, ela define aquilo que iremos ser nas nossas
vidas. Então, esses projetos que têm a ver com a segurança alimentar - como o
“Primeira Infância Melhor”, como todos esses programas que tratam da criança
tanto no seu primeiro ano de vida como no seu acompanhamento - são
importantíssimos. E essa questão, vindo para o Município, certamente vai fazer
com que não haja aquilo por que todos nós já passamos, como, por exemplo, o
tíquete do leite. Antigamente, nos postos de saúde, davam-se cestas básicas; de
repente não davam mais; dava-se óleo, não se dá mais. Então, precisamos que
realmente haja um Conselho que determine estratégias, precisamos que realmente
o órgão público tenha uma ação direta sobre a segurança alimentar através da
Coordenadoria Municipal - este Projeto cria também -, para que essas ações
integradas possam trazer
melhorias importantes para a qualidade de todo cidadão. Porque um cidadão bem
alimentado é aquele cidadão que vai render melhor, é aquela criança que vai
estar melhor na escola, vai estar melhor na creche, é aquela família que vai
poder sentar e conversar com dignidade.
Enfim,
nós acreditamos que é um Projeto excelente e que as Emendas devem ser bem
apreciadas. Nós vamos construir aqui uma questão histórica para a cidade de
Porto Alegre, vamos avançar muito no processo da alimentação e de uma
construção melhor de cidadania para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo
a Emenda nº 04 ao PLCE nº 004/07, que altera a alínea “g” do Inciso II do
artigo 17, que passa a ter a seguinte redação: “g) 03 (três) representantes de
entidades religiosas, sendo 01 (um) da matriz religiosa africana.” Emenda de
autoria da Verª Maria Luiza e do Ver. Dr. Goulart, pela Bancada do PTB.
Também
apregôo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PLCE nº 004/07: “Inclui-se, no
final da alínea “a” do Inciso II do art. 17, redação proposta pela Emenda nº
01, a expressão: ‘e 01 (um) representante do movimento negro’”. Assinam a Verª
Maria Luiza e o Ver. Dr. Goulart.
Apregôo
a Subemenda nº 02 a Emenda nº 01 ao PLE nº 004/07: “Inclui-se, no final da
alínea “a” do Inciso II do artigo 17, redação proposta pela Emenda nº 01, a
expressão ‘e 01 (um) representante das microrredes locais’”. Assina a Emenda o
Ver. Adeli Sell, Líder da Bancada do PT.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é um dia muito importante deste Parlamento.
A Câmara Municipal de Porto Alegre ocupa parcela importante do seu tempo para
votar um dos mais importantes Projetos construídos na nossa Cidade, através do
debate feito, inclusive, na Conferência Municipal de Segurança Alimentar. Já há
alguns anos o Brasil tem colocado na sua pauta a questão da segurança
alimentar, impulsionada desde as ações do Betinho, levadas adiante pelo Consea
e tendo como baluarte o grande brasileiro Dom Mauro Morelli. Isso foi incluído
na pauta política brasileira, e a mudança do Governo Federal e dos Governos
Estaduais tem sido um elemento que tem mantido essa discussão, porque os
Parlamentos estaduais brasileiros têm construído instrumentos institucionais
que têm garantido a permanência das políticas públicas de segurança alimentar
através dos seus Conselhos.
O
Executivo Municipal encaminhou a esta Casa um Projeto de Lei criando o Sistema
de Segurança Alimentar no nosso Município, exatamente dentro do conceito de
sustentabilidade, preocupado com a questão da participação da sociedade civil
organizada, garantindo dois terços da representação à sociedade civil. Porto
Alegre se coloca mais uma vez na vanguarda desse debate, e não apenas quando se
refere ao conteúdo do Projeto, que se coloca dentro dos conceitos e da
compreensão de que a segurança alimentar é uma questão de cidadania. Nós,
aprovando hoje este Projeto, colocaremos este Parlamento, colocaremos o nosso
Município à frente dos conceitos daquelas e daqueles militantes da luta contra
a fome e militantes da conquista da cidadania através de uma política de
segurança alimentar.
Só
o conteúdo deste Projeto já é motivo para nosso orgulho. Mas, como
porto-alegrenses, nós temos também que estar orgulhosos do processo
extremamente bem centralizado, participativo construído na parceria entre os
Poderes Públicos e a nossa sociedade civil organizada, que foi capaz de
construir um Projeto de Lei extremamente correto, do ponto de vista político, e
de acordo com todas as questões hoje preconizadas pelos técnicos, pelos
profissionais que trabalham pela segurança alimentar. Eu acho que este
Parlamento também dá um exemplo a outros Parlamentos, pelo processo interno que
construiu o Projeto. Isso inclusive já foi colocado pelo Líder do PT, Ver.
Adeli Sell, que foi partícipe do debate internamente, quando, através da sua
Bancada, promoveu um debate nesta Casa com a presença do Dr. Carlos Silva,
representando o nosso Governo.
Eu
queria também dizer que outras instâncias foram capazes de democratizar o
debate, permitindo que nós, Vereadoras e Vereadores, nos apropriássemos do
conteúdo deste Projeto. A Comissão de Saúde, presidida pelo Ver. Dr. Raul, e a
Comissão de Educação, presidida pela Verª Maristela Maffei, propiciaram um
Seminário com a presença de órgãos do Governo Federal e Estadual, no qual se
ampliou o debate e se construíram novas emendas.
E
eu queria agradecer a disponibilidade dos dirigentes da FASC, que estão aqui
presentes; aos representantes do Consea, que durante todo o tempo nos auxiliou
na construção do conceito, e ao Ver. Mario Fraga, que negociou o conjunto das
Emendas. Quero dizer que as Emendas aqui apresentadas - e apresentei uma Emenda
que foi trazida nessa Audiência Pública das duas Comissões - foram aprimoradas
pela Emenda do Ver. Adeli Sell, que incorpora na execução da política a questão
da descentralização. A questão da descentralização já está no nosso conceito,
está no conceito da política de segurança alimentar. Mas essa Emenda precisa a
participação descentralizada na elaboração do Projeto.
Achei
muito importante e quero parabenizar a Verª Maria Luiza pelo aprimoramento das
duas Emendas. Eu tinha colocado uma Emenda que garantia a reapresentação das
comunidades históricas, dos quilombolas, dos indígenas, dos representantes dos
pescadores, mas a Verª Maria Luiza o torna mais preciso colocando exatamente e
diretamente a representação do movimento negro. Acho extremamente importante
isso, para que não haja nenhum risco de falta da presença dos representantes no
nosso Conselho.
Por último, acho que há também uma precisão maior
na Emenda que trata da questão dos representantes das religiões, quando se
especifica que, dentre os representantes das religiões, deve ser garantida a
representação da matriz africana, esses são detalhes que amarram o Projeto e
que garantem uma maior participação dos afro-descendentes, dos religiosos das
matrizes africanas, dos quilombolas, dos indígenas e da população que vive da
pesca em nosso Município.
Acho que a nossa Câmara está de parabéns por isso,
e quero pedir aos Srs. Vereadores que votemos ainda hoje este Projeto e votemos
o conjunto das Emendas das Sras. Vereadoras e dos Srs. Vereadores que aprimorou
a proposta original.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia
Maranhão usou também o tempo cedido pelo Ver. Mario Fraga para a complementação
de seu pronunciamento.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLCE nº 004/07.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos
acompanham nesta Sessão, sem dúvida o Brasil - um país privilegiadíssimo, um
país gigante, um país como nenhum outro - tem recursos naturais que não nos
permitem admitir que alguém, filho desta terra, possa estar passando fome, Verª
Margarete. A fome é uma das coisas mais degradantes para qualquer ser humano.
E, depois do movimento do Betinho, depois de todo o movimento da Igreja, em
especial com a liderança de Dom Mauro Morelli, o Presidente Lula adota como uma
das grandes bandeiras do seu Governo, se não a principal, o Programa
Fome Zero, para garantir um movimento, antes de tudo, de mobilização social e
consciência, para que nenhum brasileiro sofra dessa chaga, desse mal que, por
muitas vezes, serviu para perpetuar a elite do País - através da fome e da
sede, através de favores eleitorais feitos em troca da cesta básica. E não é só
no Nordeste, não; aqui isso também aconteceu muito! Aqui no Rio Grande,
vergonhosamente, aconteceu; agora está diminuindo, mas continua acontecendo
aqui e acolá o uso da fome e da sede para buscar votos, é um poder político
para sustentar as elites.
Como o Ver. Adeli Sell referenciou antes, também
sou funcionário de carreira da Emater. A Emater é um organismo exemplar de
apoio às populações que trabalham para a produção de alimentos, de apoio à
produção de alimentos junto à agricultura familiar, aos pequenos produtores,
aos assentados, às populações especiais, como os indígenas, os pescadores e os
quilombolas. É um trabalho que recentemente se vê ameaçado pela insensibilidade
e pela simplificação que faz a Governadora Yeda, um trabalho que já existe há
mais de 50 anos, com total sucesso, referência e excelência para a população do
Rio Grande do Sul, tanto à população produtora como para nós, consumidores. Ou
é por acaso a genética que temos? Ou é por acaso a produção que temos de
trabalhados especializados, como a vitivinicultura e como muitas outras
instituições que, ao lado da pesquisa, fizeram sucesso e fizeram o Rio Grande
pujante e forte?
Pois bem, um programa de segurança alimentar é
muito bem-vindo, é necessário e importante, ainda mais no Brasil, onde temos
uma dieta que, na sua manifestação mais simples, tem o arroz e o feijão,
ingredientes que combinados são capazes de nutrir adequadamente qualquer
pessoa, porque isso faz parte da nossa cultura, faz parte daquilo que a cultura
negra incorporou ao cotidiano do Brasil, viabilizando uma boa e adequada
nutrição. E conjuntamente, sim, dizendo das medidas em saneamento básico
apoiadas pelo atual Governo, como o abastecimento de água de qualidade para
todos e a remoção e o tratamento dos esgotos, porque isso faz parte de um
ambiente saneado, é também um complemento da boa nutrição e da eficácia dos
alimentos. E, combinando com mais as medidas em favor da educação, nós podemos,
sim, estar preparando as condições para que este País esteja proximamente incluído
no conjunto daqueles países que serão os líderes do mundo, porque teremos uma
população saudável, bem nutrida, educada e vivendo num ambiente desejável, num
ambiente saudável. Esse foi o caminho seguido por outros países no mundo, como
o Japão, como os países pujantes da União Européia. Portanto, esse é um bom
caminho, e viva os novos tempos, porque se aponta na direção de um futuro que
pode incluir a todos e de maneira qualificada. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
eu quero me posicionar favorável ao Sistema Municipal de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável, da existência dos Conselhos, das redes. Eu acho que é
pauta colocada pelo Presidente Lula na ONU, é pauta colocada por Betinho, é
pauta necessária de todos que acreditam numa sociedade democrática o
enfrentamento da situação da fome e da segurança alimentar.
Em
Porto Alegre, nós temos plenas condições, sim, se houver vontade política, se
houver prioridade de constituir redes de solidariedade que priorizem a proteção
à alimentação da nossa população. Mas, infelizmente, nós temos tido evidências
de que conquistas importantes que constituímos na Cidade estão sendo perdidas,
e a Cidade apenas se movimenta para resistir a essas perdas. Espero que o
Governo Municipal com esse Projeto, de fato, queira se comprometer, porque o Comitê
Fome Zero foi esvaziado; porque os processos transparentes de distribuição de
alimentos não existem mais; porque programas importantes, como a compra direta
de produtos hortifrutigranjeiros, foram engavetados pela Secretaria Municipal
de Educação e Secretaria Municipal de Indústria e Comércio.
Nós
fizemos um piloto em 2004, trabalhado entre SMED e SMS, com três escolas da
Zona Sul, 21 agricultores da agricultura familiar de Porto Alegre se envolveram
nesse projeto. Mudou, significativamente, a qualidade do alimento, da merenda
ofertada nas escolas municipais. E há uma proposta e um projeto prontos para 21
escolas de toda Zona Sul também usarem esse procedimento. Fizemos lei nesta
Casa para dar um respaldo legal a esse procedimento, que só qualificou a alimentação.
E mais: qualificou para além dos muros da escola, pois tratou da formação de
pais em relação ao uso de talos, de folhas, para a potencialização do legume,
para o plantio, com a horta feita na escola, com a composteira feita nas
escolas. Então, um programa, um projeto que está na essência de quem, de fato,
quer combater a fome, que é educar e alcançar os meios para uma alimentação
melhor. E o Governo Fogaça engavetou. Eu espero que esta lei, que certamente
será aprovada por todos nós, chame a atenção e viabilize, crie mais órgãos
controladores que vão cobrar esse tipo de política eficaz, eficiente e de médio
e longo prazo, não apenas de curto prazo.
Mais
um tema que eu acho importante trazermos: a nossa alimentação escolar hoje é
feita pelas escolas, Verª Neuza, e no início do Governo Fogaça houve uma
iniciativa comandada, capitaneada pelo Vice-Prefeito Eliseu Santos no sentido
de experimentar a terceirização da merenda em Porto Alegre. E isso vem de
encontro, no sentido inverso da proteção alimentar, da segurança alimentar, da
alimentação das nossas crianças, porque uma merenda terceirizada retira todo o
processo pedagógico de elaboração, de envolvimento dentro da escola. E nós
estamos vendo a denúncia nas cidades vizinhas - Canoas e Sapucaia - do
superfaturamento da merenda escolar, que, se Porto Alegre tivesse adotado, se
as escolas não tivessem se rebelado, se as Direções não tivessem vindo todas
para a Câmara de Vereadores, se não tivessem ido todas conversar com a
Secretária Marilú, talvez estivéssemos vivendo essa denúncia de corrupção em
Porto Alegre, com a terceirização que o Governo queria fazer. Então, a
experiência que nós temos aqui é uma experiência de vanguarda, das mais
generosas e das mais acertadas na questão da alimentação das nossas crianças,
da educação para uma alimentação melhor.
E
quero ainda registrar que as hortas comunitárias, como a experiência de horta
que tinha na Lomba do Pinheiro, lá junto ao Centro Cultural, acabaram, Ver.
Ervino, que vai falar agora, acabaram os estímulos às hortas comunitárias, ao
aproveitamento dos espaços livres para a produção coletiva. São muitas
iniciativas baratas ou quase não-custosas que dependem de técnicos, de vontade
política, e simplesmente o Governo não deu prioridade.
Então,
não pode ser um Projeto para ficar no papel, é um Projeto, de fato, para
aproveitar o que já tem de melhor na Cidade, potencializar, investir, por isso
o caráter do Conselho participativo e amplo é muito importante, porque quem
opta por governar com a Cidade erra muito menos e acerta muito mais para os
cidadãos.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/07.
O
SR. ERVINO BESSON:
Presidenta Maria Celeste, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Eu pediria especial atenção dos Srs. Vereadores a respeito do meu
pronunciamento.
Em
2003, o Ver. Marcelo Danéris pediu uma Comissão Especial para estudar a
questão da segurança alimentar e do combate à fome. Foi criada a Comissão
Especial de Combate à Fome, da qual diversos Vereadores participaram, e eu
fiquei muito honrado de ser escolhido por esse grupo de Vereadores para ser o
Relator dessa Comissão. Diversas entidades foram ouvidas e participaram da
discussão, e, no final do meu Relatório, que é um pouco longo, Ver. João
Antonio Dib, depois de ouvirmos diversas entidades e os próprios Vereadores,
coloquei algumas conclusões e sugeri como ponto primordial no combate à fome a
instituição de um Conselho Municipal de Combate à Fome e Segurança Alimentar -
coloquei isso no Relatório. Hoje vejo aqui a discussão desse Projeto e digo,
com muita alegria, que está sendo criado, sim, esse Sistema, e, sem dúvida
nenhuma, votaremos favoravelmente este Projeto que veio do Executivo Municipal,
para termos condições de dar uma maior tranqüilidade à população que mais
necessita.
Com muito orgulho digo que sou uma
pessoa oriunda do Interior, e a gente aprendeu desde pequeno a economizar, a
não colocar nada no lixo, meu caro Ver. Brasinha - V. Exª também é um homem que
veio do sofrimento, sabe do sofrimento das pessoas. Quando fui Diretor da Ceasa,
deparei-me com muito desperdício, muitas coisas iam para o lixo. Criei lá
alguns programas, outras administrações deram continuidade, e hoje há o
excelente programa “Tá no Prato”, porque poucos sabem hoje que mais de 30% de produtos
hortifrutigranjeiros, principalmente frutas, vão para o lixo, e, num País pobre
como o nosso, em que pessoas passam fome, Ver. Dib, não podemos de forma
nenhuma nos dar ao luxo de essa grande quantidade de produtos ir para o lixo.
Eu fiz um trabalho juntamente com a equipe de funcionários da Ceasa - o Ver.
Todeschini é sabedor disso, tem um funcionário de carreira da Emater que estava
junto nesse processo -, e hoje estão sendo reaproveitados muitos desses
alimentos, mas muitos ainda deveriam ser.
Fiz
uma viagem em 2003, a convite de Tarso Genro, convite com o qual me senti
honrado, representando uma pessoa aqui da Câmara - como fui Diretor da Ceasa -,
naquela Feira Internacional que houve lá no Chile, na região de Valparaíso.
Vossa Excelência sabe que o Chile era um País que estava numa situação
econômica extremamente difícil, o Governo incentivou muito a pesquisa, e hoje o
Chile é o maior País exportador de frutas. Quando chega a 4% de perda de
frutas, eles acham um horror. E nós aqui temos essa perda de 30% em alguns
produtos.
Portanto,
hoje é um dia importante, como já foi dito por alguns Vereadores nesta Casa, e
acho que o Projeto vai ser aprovado por unanimidade. A maior tristeza do povo é
a fome. Poucos países do mundo hoje produzem alimento... Em qualquer lugar que
a gente queira produzir, a gente produz alguma coisa, e ainda tem povo que
passa fome, não é, Ver. Brasinha?! Não podemos conceber isso.
É
um Projeto de extrema importância. Em 2003 foi criada uma Comissão Especial, da
qual fui Relator. Graças a Deus o Executivo Municipal aceitou essa idéia,
mandou o Projeto aqui para a Câmara. Votaremos favoravelmente, tenho certeza de
que trará o alívio de muitas pessoas que necessitam. A fome, gente, é uma
tristeza! É uma tristeza ver esse povo que passa fome. Portanto, este Projeto
tem um extremo alcance social. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não há mais quem queira discutir. Em
votação nominal, por solicitação desta Presidência, o PLCE nº 004/07. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por
23 votos SIM.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 004/07. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 01, de autoria
da Verª Maria Luiza, à Emenda nº 01 ao PLCE nº 004/07. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 02, de autoria
do Ver. Adeli Sell, à Emenda nº 01 ao PLCE nº 004/07. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A Emenda nº 02
foi retirada de tramitação.
Em votação a Emenda nº 03, de autoria do
Ver. Adeli Sell, ao PLCE nº 004/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 04, de autoria Verª
Maria Luiza, ao PLCE nº 004/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Concluída a votação do
Projeto, consulto as Lideranças para a disposição de uma nova ordem.
O SR. ADELI SELL
(Requerimento): Verª Maria Celeste, eu consultei
vários Líderes aqui presentes, acho que não consegui falar com todos, mas
vários concordam em votar
uma Moção de Solidariedade apresentada pelo Ver. Todeschini e outros, acerca
dos cinco cubanos presos em Miami, nos Estados Unidos.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h41min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h43min): Estão reabertos os trabalhos.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 117/07 (Verª Margarete Moraes) – requer Moção de Solidariedade aos cinco cubanos patriotas Gerardo Hernandez, Ramon Labanino, Fernando Gonzales, Antonio Guerrero e Rene Gonzales, presos injustamente nos Estados Unidos – Miami.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Em votação o Requerimento nº 117/07 - Moção de
Solidariedade aos cinco cubanos patriotas presos injustamente nos Estados
Unidos. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento de Moção de Solidariedade.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje, 12 de setembro, é uma
data em que mundialmente estão acontecendo movimentos nas Câmaras de
Vereadores, nos Governos, nos movimentos sociais, nos sindicatos, nas entidades
democráticas em favor da liberdade dos cinco cubanos que estão presos nos
Estados Unidos de forma injusta, de forma ilegal, inclusive o tribunal que os
condenou reviu a situação, porém as pessoas ainda estão apartadas, estão
impossibilitadas de receber visita dos seus familiares, dos seus filhos, das
suas filhas, das suas esposas, das suas mães, dos seus irmãos. Os Srs.
Vereadores e as Sras
Vereadoras lembram que tivemos a visita aqui dessas pessoas há um ano e meio,
estiveram aqui nesta Casa, tivemos aqui uma Moção aprovada por unanimidade
nesta Casa em favor da liberdade desses cinco cidadãos cubanos sobre os quais
não pesa nenhuma acusação de fato e nenhum ataque formal, Ver. Oliboni. Apenas
a arrogância e a prepotência do Governo dos Estados Unidos fazem com que eles
permaneçam presos de forma injusta e de forma ilegal.
Tivemos
hoje pela manhã, com a presidência do Ver. Comassetto, uma reunião da CEDECONDH
- Comissão de Direitos Humanos -, com a participação da Fundação José Martí e
dos comitês aqui da Cidade pela libertação dos cinco cubanos presos injusta e
ilegalmente nos Estados Unidos, e uma série de militantes e lutadores sociais
vêm na direção de que se faça a liberação. Por isso a importância deste ato
neste momento, de fazer com que neste dia, 12 de setembro, seja deflagrada, em
todo o mundo, em todos os Parlamentos, em todas as instituições, em todas as
organizações sociais, uma grande campanha pela liberdade, pela libertação e pela
possibilidade de retorno desses cinco cidadãos do mundo às suas famílias, à sua
pátria, que é Cuba. Nós não podemos tolerar injustiças, nem arbitrariedades,
nem ditaduras contra qualquer cidadão, qualquer violência contra qualquer
cidadão, seja ele quem for. Por isso estamos aqui no sentido da liberdade, no
sentido do direito de essas pessoas terem o direito à sua vida. E mais uma vez
friso: elas foram presas injusta e ilegalmente.
Nós tivemos aqui a
participação dos familiares daquela menina, filha de um dos presos, que, quando
o pai foi detido nos Estados Unidos, tinha três meses; agora ela tem oito anos
e até hoje não conhece o pai, ela não teve direito de ter contato, isso está
sendo negado pela violência. Parece inclusive com o que acontece em Guantánamo,
naquelas prisões em que violam os direitos humanos, em que prendem justamente
pela arrogância e pela força do poder, da prepotência dos Estados Unidos, da
Norte-América, do imperialismo, que está fazendo essa violência contra essas
pessoas, assim como a faz contra o Iraque, contra vários outros povos que não
têm a ver com seus governantes.
Portanto, nós vamos
ficar muito felizes, como representação da cidade de Porto Alegre, por estarmos
engajados, Ver. Oliboni, nessa luta, que é uma luta democrática pelos Direitos
Humanos e pelo direito de as pessoas voltarem ao convívio da sua pátria e dos
seus familiares. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento nº 117/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Há uma solicitação dos Líderes da Casa para colocarmos em votação um
Requerimento para a construção de uma Moção de Repúdio à determinação do Senado
Federal no que se refere ao resultado da votação pela não-cassação do
Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o Requerimento para
inclusão da votação da Moção de Repúdio, solicitado pelas Lideranças de todas
as Bancadas da Casa. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 17 votos SIM
e 01 ABSTENÇÃO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 118/07 (Bancada do Partido dos Trabalhadores e outros) – requer Moção de Repúdio pela absolvição do Senador Renan Calheiros, pelo Senado Federal, das graves acusações que lhe foram imputadas pelo Conselho de Ética do Senado.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento nº 118/07 -
Moção de Repúdio pela absolvição do Senador Renan Calheiros, pelo Senado
Federal, das graves acusações que lhe foram imputadas pelo Conselho de Ética do
Senado. Este documento está assinado pelas várias Lideranças desta Casa.
O
Ver. Adeli está com a palavra para encaminhar a votação da Moção de Repúdio.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, M.D. Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras, eu tenho
orgulho de estar aqui neste momento para falar em nome da minha Bancada, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores. Independentemente do que votaram os
Senadores, todos os Partidos, aparentemente divididos aqui, eu espero que não
apenas a minha Bancada, que eu já sei que vota por unanimidade esse repúdio...
Mas eu tenho a convicção de que para esta Moção haverá unanimidade das Sras.
Vereadoras e dos Srs. Vereadores! Porto Alegre, a Câmara Municipal, os
representantes eleitos pelo povo não aceitam votação secreta! Nós acabamos com
a votação secreta nesta Casa, aqui já cassamos uma Vereadora; e o Congresso
Nacional, a Câmara Alta, Verª Margarete, hoje absolve o Senador Renan Calheiros
diante de provas, de acusações claras, inequívocas. Por isso acho importante
que nós terminemos o dia 12 de setembro nesta Sessão, hoje, aqui, votando uma
Moção de Repúdio a esse procedimento inaceitável do Senado da República.
Nós
vamos cobrar - a minha Bancada vai discutir quarta-feira, reúne-se semanalmente
- do Partido, da Liderança do Senado, porque, indiscutivelmente, tenho certeza
de que o meu Partido e outros Partidos se dividiram. Não dá para saber agora
quem votou a favor, quem votou contra. É fácil se esconder atrás de uma votação
secreta e fazer jogo de cena na frente das câmaras, porque, se formos
contabilizar as pessoas que disseram ao rádio, à televisão, aos jornais que
seriam contra, haveria maioria. Muitos disseram que não iriam se manifestar,
não quiseram assumir a sua posição. Devem o quê? Pessoas de bem, pessoas
respeitáveis não têm o que temer! Não têm o que temer!
Eu
espero que os três representantes do Rio Grande do Sul no Senado - Senador
Simon, Senador Paim e Senador Zambiasi - venham, de público, ao rádio, à TV,
aos jornais gaúchos e do Brasil e digam como votaram, que se manifestem clara e
inequivocamente. Nós temos orgulho de dizer o Rio Grande do Sul teve homens
públicos que, independentemente das suas posições político-partidárias, foram
representantes do Rio Grande do Sul. Nós não vamos listar todos aqui, porque a
lista é grande, mas, em muitos momentos de crise da República brasileira, lá
estava a voz de um Senador, de um Deputado, de um gaúcho, que honra a tradição
deste Estado, que não aceita o que aconteceu hoje no Congresso Nacional, como
não aceita... E acho que deveriam ter sido mais incisivas as posições dos
senhores Deputados, nossos colegas Parlamentares da Assembléia Legislativa,
sobre o processo de corrupção do Macalão. Nós devemos continuar esse processo,
e eu gostaria que a imprensa de Porto Alegre estivesse aqui presente para
ver as posições, de Bancada por Bancada. Amanhã, eu espero que digam que esta
Câmara de Vereadores, com discursos claros, inequívocos, com composição ética
da política, disse “não!” ao que aconteceu no Congresso Nacional.
Eu me orgulho de pertencer a esta Casa e direi,
depois dessa votação, que me orgulho mais, porque vou ter os votos dos colegas
Vereadores, por unanimidade, nesta Moção de Repúdio. Nós, aqui, não vamos
deixar de colocar, permanentemente, a luta pela ética na política, contra a
roubalheira, contra os escândalos, por isso pertencemos a esta Casa e temos
orgulho de estar aqui presente. Esta é a voz, esta é a palavra do Partido dos
Trabalhadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para encaminhar a votação da Moção de Repúdio.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Aldacir Oliboni, presidindo
os trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, com toda a
certeza nós estamos vivendo os piores dias desta República. Estamos
presenciando uma queda vertiginosa na ética das pessoas que comandam este País.
Vimos acontecer os escândalos que tomaram conta de boa parte do Governo
Federal, e absolutamente nada aconteceu. Quase que aquelas quarenta pessoas que
foram indicadas para serem processadas pelo Supremo Tribunal Federal ficaram
livres de processo, se não fosse a lente de um repórter que conseguiu captar um
diálogo entre dois Ministros do Supremo, quando já estava sendo preparada uma
ação para livrar os cabeças daquela infâmia praticada contra a Nação.
Como se isso não bastasse, nós assistimos a todos
os episódios que marcaram esse escândalo envolvendo o Presidente do Congresso
Nacional. Nós acreditávamos que todos os homens envolvidos nessa discussão
estivessem realmente querendo dar uma prova de que aquilo que aconteceu no
passado estava realmente no passado e que nós poderíamos, agora, caminhar para
rumos diferentes, tentando construir um novo País! Mas, de repente, Ver. Elói,
vimos o próprio Presidente da República ir às emissoras de rádio e televisão e
solicitar a absolvição de Renan Calheiros! Vimos algumas lideranças, ligadas
aos mais diversos Partidos, ocupando espaços de rádio, televisão e jornais e
pedindo a absolvição de Renan Calheiros. Mas ainda acreditávamos, Ver. Mario
Fraga, que os 81 Senadores poderiam realmente mostrar para a Nação que podíamos
confiar nos maiores representantes dos Estados brasileiros - os Senadores -,
acreditávamos que eles iriam, realmente, dar uma lição para todos nós,
mostrando que a dignidade voltava a reinar novamente em nossa Pátria. Ao invés
disso, Ver. João Dib, o que recebemos foi novamente uma grande lição, mas uma
lição pelo lado contrário, uma lição de que nós estamos sendo governados pelo
pior que existe dentro da República, estamos sendo liderados pelo pior que
existe realmente em toda nossa República, e tudo foi preparado para que o Sr.
Renan Calheiros, mesmo com todas as provas
de que ele havia lesado a nossa República, lesado a nossa sociedade, fosse
absolvido.
E
hoje, quando foi divulgado para nós, na Câmara de Vereadores, esse resultado...
Eu quero saudar a Verª Sofia Cavedon, quero saudar os Vereadores do PT aqui
neste plenário, quero saudar os Vereadores de todos os Partidos aqui neste
plenário, porque, afinal de contas, todos os Vereadores unanimemente resolveram
que essa seria a solução para que pudéssemos dizer, pelo menos para Porto
Alegre, que não estamos de acordo com o que aconteceu lá em Brasília,
independente dos nossos Partidos. Independente do que aconteceu com o PT, com o
PSDB, com todos os Partidos, nós, Vereadores de Porto Alegre, não estamos de
acordo com o que aconteceu, Ver. Claudio Sebenelo, meu companheiro de Bancada.
Por isso, acredito que esta Moção, que será endereçada ao Congresso Nacional,
ao Sr. Presidente da República, ao Judiciário, é o único caminho que nos resta
para mostrar a nossa insatisfação, a insatisfação de Porto Alegre. Não é a
insatisfação de um Partido ou de outro, mas a insatisfação de Porto Alegre, que
está aqui representada, Ver. João Dib, por todos os Vereadores deste plenário,
todos eles. Todos se mostram indignados com o resultado lá de Brasília.
Por
isso, esta Casa, mais uma vez, merece a confiança que foi depositada pela
sociedade, quando aqui elegeu estes 36 Vereadores, porque eu acho que toma a
medida certa, a Moção. Que pena que é só uma Moção! Ela praticamente não vai valer
nada, Ver. João Dib, mas vai valer para manter a dignidade desta Casa,
mostrando que esta Casa não se curva àquela farra que está acontecendo lá em
Brasília com os grandes que dominam, que lideram a nossa sociedade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Moção de
Repúdio.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver.
Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pode-se considerar
um fato inédito: o Ver. João assinou uma Moção de Repúdio. Mas é que há muito
tempo eu venho dizendo que o Congresso Nacional é uma vergonha para o nosso
País. Há muito tempo eu estou dizendo que nós temos que diminuir o número de
Deputados, especialmente o número de Senadores. E nós temos um Senador que vive
a vida inteira, mora, faz negócios e outros negócios - negócios, entre aspas -
lá no Maranhão, mas é Senador pelo Amapá, então ele é Senador de dois Estados,
ele manobra o Senado, para tristeza nossa.
Eu
acompanhei hoje a instalação da Sessão até o momento em que ela passou a ser
secreta, e o Senador Tião Viana disse que aqueles Senadores que declarassem os
seus votos - porque o Senador Suplicy disse que iria declarar o seu voto -
seriam punidos. Então, eu acho que eles não podem dizer abertamente, mas, pelas
declarações de alguns dos Senadores, nós já sabemos no que eles votaram. Trinta
e cinco foram sérios, honrados e respeitados, e nós não sabemos quais foram
eles. Seis se abstiveram, portanto votaram pela não-cassação, e 40 votaram pela
não-cassação. Resultado: na realidade, foram 40 votos a 35.
E
o Senador Romero Jucá, Líder do Governo, disse o seguinte: “A questão não é
medir forças com a oposição, mas construir um entendimento. Agora é necessário
fazer a paz com a oposição para votar matérias importantes de interesse do
País.” Vão votar a CPMF em primeiro lugar. Mas também o Senador Tião Viana
declarou que há mais três processos contra essa figura extraordinária, que foi
capaz de mover 46 Senadores para protegê-lo. E é por isso que o Brasil tem que
se revoltar. É por isso que os políticos são malvistos, porque há “renans
calheiros”, há “josés sarneys”, e há outros: Wellington Salgado - se não me
engano, é este o sobrenome, Wellington é o nome -, o que tem uma cabeleira, que
até não fica bem para um Senador, mas ele, ao entrar com aquela cabeleira na
suplência, que ele ocupa por Minas Gerais, abertamente defendia a absolvição de
Renan Calheiros.
É
um dia triste, sim, para o País, mas ainda há três oportunidades para esses
relapsos que votaram pela não-cassação de Renan Calheiros se redimirem. Saúde e
PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação da Moção de
Repúdio.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, os romanos perguntavam em
determinadas situações: cui prodest? Quem aproveita?
Mas,
se nós buscarmos substantivamente o affair Renan Calheiros, vejam só o
surrealismo da coisa: o Renan dava dinheiro a um lobista de uma empreiteira, e
o lobista da empreiteira pagava a pensão da namorada do Senador. Esse é o
substancial. Vejam que coisa mais esdrúxula! A matéria foi processada no seio
da Comissão de Justiça e da Comissão de Ética do Senado, e a prova é
extremamente robusta. E termina o Presidente do Senado sendo absolvido. Trinta
e cinco votos o condenam, 45 o absolvem, e seis são abstenções. As
Instituições, Ver. Dib, não têm culpa. Efetivamente, os culpados são os que a
integram. Na verdade, é um episódio triste para o País, triste para a
democracia, um episódio triste para a auto-estima do povo brasileiro, um
episódio que lamentavelmente tira muito do entusiasmo e dos valores éticos que
têm que ser preservados e que deve haver por parte da própria Nação.
Fica aqui a nossa manifestação para dizer que,
desse fato, retiramos algumas conseqüências: os Partidos políticos estão
falidos no Brasil, estão quebrados. Eu acho que isso tem que ser resgatado, é a
grande verdade. Bem, quem votou a favor, quem votou contra? O voto secreto
esconde a pusilanimidade, a covardia; porque, a partir dessa decisão, todos
serão olhados como alguém que votou pela absolvição de Renan Calheiros, todos
serão olhados dessa forma porque foi secreto. Vejam só, aqueles 35 Senadores
que votaram pela condenação de Renan Calheiros - nós não sabemos quem são -
estão vivendo momentos de extrema dificuldade diante desse resultado, porque
são olhados da mesma forma como são olhados os que votaram a favor do
Presidente do Senado.
É uma situação extremamente lamentável que o Senado
da República, uma instituição como o Congresso Nacional, enfim, são casas da
democracia, são representações da democracia... E lamentavelmente está o
Senado, hoje, profundamente enxovalhado, e há essa situação toda em que ficam
aqueles Senadores que votaram pela cassação de Renan Calheiros. É uma situação
extrema, de grandes dificuldades. Isso, por assim dizer, contamina toda a
representação democrática do nosso País. Somos, evidentemente, a favor da
Moção. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação da Moção de Repúdio.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, de uma forma muito rápida, os Líderes desta Casa, na tarde de
hoje, Líderes de diversos Partidos desta Casa, tomaram a decisão de colocar em
regime de urgência um Requerimento para repudiar a posição do Senado brasileiro,
que, contra a vontade da Nação, isentou das responsabilidades e das acusações o
seu Presidente Renan Calheiros. Ainda ontem à noite, nós assistimos na
televisão a cenas descaradas, nas quais os seguranças do Senado retiravam
qualquer equipamento que possibilitasse a transparência dos atos dos Senadores
da República do Brasil.
Eu fiquei impressionada com a posição do
Vice-Presidente do Senado, o Senador Tião Viana, quando ele respondeu a uma
solicitação de vários parlamentares brasileiros no sentido de que se pudesse
acompanhar a posição dos nossos representantes em Brasília. Tião Viana disse
que não ia permitir a entrada de pessoas estranhas à Sessão. Estranhas como, se
os Deputados e os Senadores estão em Brasília para representar as eleitoras e
os eleitores deste País?! Então, um grupo de Deputados de vários Partidos,
muitos dos quais do meu Partido, o PPS, mas também do PMDB, do PSB e de outros
Partidos, teve de recorrer à Justiça para ter o direito de acesso ao Senado do
nosso País.
O
Deputado Raul Jungmann, ex-Ministro Raul Jungmann, candidato a Governador do
Estado de Pernambuco, capitaneou um movimento no sentido de permitir uma
delegação junto aos Senadores, uma representação de Deputados Federais nas
dependências do Senado. Estavam, inclusive, Deputados gaúchos, como a Deputada
Luciana Genro, que foi agredida por um segurança naquele momento. E foi
incrível a posição tomada pelo Supremo, respondendo à solicitação desses
Deputados. Eles faziam três pedidos ao Senador Tião Viana e, não sendo aceitos os
pedidos, recorreram à Justiça. Primeiro, queriam a possibilidade de os
Deputados Federais, em Brasília, acompanharem a votação; segundo, eles queriam
a abertura do processo à sociedade; e, terceiro, eles queriam a garantia do
livre acesso da imprensa às dependências do Senado. Foram negadas a
possibilidade da presença da imprensa e a abertura do processo à sociedade, mas
o Tribunal permitiu a presença dos Parlamentares que solicitaram o seu
ingresso. Esse grupo de Parlamentares, na entrada do Senado, foi agredido por
um segurança do Senado. É impressionante ver a cena, quando funcionários do
Senado, a mando, evidentemente, dos seus chefes, agridem um Deputado Federal.
Um funcionário estava armado, e poderia ter acontecido uma coisa muito mais
grave da que ocorreu naquele momento.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação da Moção de
Repúdio.
O
SR. NEREU D'AVILA: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, como é um dia histórico para a
Nação brasileira, o PDT não vai furtar-se de fazer este encaminhamento de Moção
de Repúdio à absolvição do Presidente do Senado. O PDT, obviamente, vem nesse
encaminhamento dizer que assinou a Moção, mas que não fica só como disse o
grande estadista Winston Churchill: “Words, words, words” - palavras,
palavras, palavras. Não. O PDT fechou questão, não deixou livre a Bancada; são
poucos, mas manifestaram unanimidade no voto, e este não é o momento de
omitir-se, por isso assinamos a Moção.
Agora,
também não somos ingênuos em estar aqui discursando, sabendo que as questões
nacionais estão muito acima do que pensa a nossa vã filosofia. É claro, é óbvio
que não se abstêm seis Senadores da República, com toda a imprensa maciça e
vigorosamente pedindo a cassação. O jornal Folha de São Paulo de hoje chegou a
dizer que havia maioria para cassação! É óbvio que não existem seis abstenções,
justamente o número que daria a cassação, porque 35 foram pela cassação, com os
seis de abstenção teríamos os 41 votos pela cassação. Essas abstenções não
ocorreram! Então, eu não estou aqui ingenuamente discursando, eu estou aqui
para manifestar a coerência do Estado do Rio Grande do Sul, da cidade de Porto
Alegre, que sempre esteve junto da ética, da moral, do bom sentimento, do
republicanismo.
Não
estou aqui ingenuamente, porque é evidente que alguns interesses, por exemplo,
como os 30 bilhões da CPMF, dependem também da liderança de Renan Calheiros,
dependem também para sua aprovação. O Governo não tem maioria para aprovar a
prorrogação, também indecente, porque, quando Jatene propôs, propôs toda a verba
da CPMF para a Saúde e provisoriamente, e ela está se tornando definitiva.
Então,
aqueles que nos assistirem pela televisão estarão tão frustrados quanto nós,
estarão tão desiludidos com a política brasileira quanto nós, mas dirão: “Bom,
pelo menos esses aí” - que somos nós - “não calaram a sua voz, não ficaram
omissos, vieram a público dizer o que todos os cidadãos, pelo menos os
rio-grandenses“ - não vou sair do âmbito regional - “muito mais os
porto-alegrenses...” Porque esses são altamente politizados, estamos falando
por eles aqui, eles estão tão indignados quanto nós. Agora, não vim aqui
assinar recibo de ingenuidade. Esses votos tiveram significado, não foram de
graça: não foram 40 votos de graça; não houve seis abstenções de graça; não
houve 35 votos de graça - tudo foi sopesado milímetro por milímetro.
Lamentavelmente venceu o pior.
E
mais: todos estamos de luto, temos que usar uma tarja preta, toda a cidadania
está de luto, porque já há desencanto com a política. Todos os dias se vêem
mais e mais indecências, até com a merenda das crianças! Até com a alimentação
das crianças que fazem uma ou duas refeições somente na escola! Até ali bateu a
indecência e a ignomínia. Então, a população realmente está desencantada, e
essa decisão do Senado é mais um desencanto com a política e com os políticos
em geral. Aqueles que estão mais próximos das eleições, que são os Vereadores,
os Prefeitos, para o ano que vem, é que “pagarão o pato”, porque o povo vai,
agora, voltar-se contra os primeiros que se perfilarem pedindo votos.
Infelizmente somos a “bola da vez”.
A
Câmara Municipal de Porto Alegre - eu disse há mais de duas horas em outro
pronunciamento - está se postulando, e o Antônio Carlos Macedo hoje, na coluna
do Jornal, coloca muito bem as atitudes da Câmara. Nós não queremos ser os
palatinos da ética e da moral, mas fazemos o dever de casa, colocamos à
disposição da imprensa nossos próprios gabinetes. Ontem, fomos filmados aqui,
está aqui o Tribunal de Contas, nós estamos aqui prontos para qualquer situação,
porque nós devemos, sim, satisfações ao povo e temos que exercer essa situação
com a maior transparência possível, como os dias de hoje estão a exigir.
Infelizmente, o mais alto gabinete da República, eu diria, a mais alta
instância, que é o Senado, deu um mau exemplo para todos nós. Só nos resta
dizer que, neste momento, esta Câmara está em uníssono.
E
nós não somos ingênuos. Eu disse que a Bancada do PT iria tratar da votação do
seu Partido lá no Senado. Eu nem sei se os votos foram informados, mas, de
qualquer maneira, sabe-se que o PT tem co-responsabilidade, e eu espero que os
Vereadores daqui, assim como os Deputados Estaduais, cobrem dos Parlamentares
de lá. Aqui é uma voz uníssona: nós estamos envergonhados!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para encaminhar a votação da Moção de Repúdio.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadoras e Vereadores
aqui presentes, pessoas que nos acompanham pela televisão, hoje é um dia profundamente
triste para todos nós, porque, mais uma vez, “um tapa na cara” foi dado
naqueles que ainda acreditam que pode haver jeito neste País. A governabilidade
do Presidente Lula foi garantida nesses 40 votos, 35 votos e seis abstenções.
Mas esses números devem esconder mágicas e magias. Nesses números - 40 votos,
35 votos, meia dúzia de abstenções - estão escondidos fatores, e talvez nós
jamais vamos tomar conhecimento do que realmente aconteceu nessa tarde
fatídica, nojenta, asquerosa do Congresso Nacional, uma das maiores
Instituições da sociedade brasileira!
A
nossa tristeza ainda é maior porque o Sr. Renan Calheiros pertence ao nosso
PMDB, e, para mim, particularmente, ele é um verme. É evidente que eu estou
falando em nome de toda a Bancada do PMDB: do Ver. Bernardino Vendruscolo,
nosso Líder; do Ver. Sebastião Melo e do Dr. Raul.
Eu
me lembro de um Parlamentar desta Casa que hoje está em Brasília quando ele
tentava colocar na minha cabeça que o voto secreto é a grande saída para os
Parlamentos. E eu dizia sempre: “O voto secreto é a covardia estampada no rosto
de cada um de nós”. E o voto secreto foi estabelecido para que Renan Calheiros
não saísse do Governo, porque ele é ligado diretamente ao Lula. A
governabilidade está garantida. Mas hoje a moral, a ética, a dignidade, não de
nós, Vereadores, mas do povo brasileiro, foram, decididamente, para a latrina,
para o fundo do poço! É inconcebível a todos nós, brasileiros, que temos e
sabemos da culpabilidade do Sr. Renan Calheiros - que ocupa a terceira posição
da hierarquia de mandato no Brasil -, essa absolvição dada pelos seus demais
companheiros no Congresso Nacional! Quanto custou cada voto que absolveu Renan
Calheiros? Em dinheiro ou em moral? Em cargos ou apoios? Não interessa como, o
que realmente interessa é que o dia de hoje fica marcado como um dia de
vergonha na política brasileira!
É
profundamente lamentável, porque todos nós estamos envolvidos com a política
brasileira, quer numa Câmara Municipal, numa Assembléia; nós estamos falando do
Senado Federal com o direito que temos de falar em nome daqueles que nos
colocam aqui. Os Partidos não estão falidos - alguém disse aqui que os Partidos
estavam falidos -, não; todos os Partidos são rigorosamente iguais, até o PT,
que era dono absoluto da ética e da moral neste País, e nós o olhávamos com a
possibilidade de que realmente fosse a parte sadia da política brasileira, nos
decepcionou. Todos os Partidos são rigorosamente iguais! E esse verme de hoje,
da política brasileira, que foi absolvido no Congresso Nacional, não pertence
ao PT, pertence ao meu Partido, o PMDB, e por isso a minha vergonha é ainda
muito maior!
Mas,
meu caro Ver. Nereu D'Avila, CPMF garante 30 bilhões! E 30 bilhões de reais
para quem quer fazer caixa! Para quem quer estabelecer a igualdade e o direito
de continuar discutindo, com alguma condição, com os grandes bancos
internacionais, dinheiro em caixa sempre é bem-vindo, meu caro Ver. João
Antonio Dib. Mas nós ficamos, realmente, profundamente decepcionados e temos a
preliminar: vocês acreditam que vai acontecer alguma coisa com a quadrilha do
Zé? Mas é evidente que não! Mas é claro que não vai acontecer nada com a
quadrilha do Zé Dirceu! Nem com ele, nem com os seus integrantes. O Brasil é
isto, para quem tem vergonha na cara, guarde, porque é muito bonito; agora, a
política brasileira, dos seus grandes comandantes, incluindo o meu Partido,
está cheia de safados e covardes. Essa historia de votar sem abertura de
painel, voto secreto, isso é para covarde, e o Brasil não foi feito de
covardes, o Brasil foi feito de homens! Sem dizer como nós aqui, mas de todos
os Parlamentos que olham olho no olho e dizem “sim” ou “não”. Agora, a vergonha
vai demorar a passar. Infelizmente, Renan Calheiros, um verme, é do PMDB, mas
como é que eu posso fazer? Inseticida nele? Isso não mata.O dinheiro manda
tudo. Obrigado
(Não
revisado pelo orador.)
“Esta
Moção deverá ser encaminhada ao(s) destinatário(s) a seguir relacionado(s): às
Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, bem como ao Supremo Tribunal
Federal e ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.”
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Claudio Sebenelo, o Requerimento nº
118/07 - Moção de Repúdio pela absolvição do Senador Renan Calheiros, pelo
Senado Federal, das graves acusações que lhe foram imputadas pelo Conselho de
Ética do Senado. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20
votos SIM.
Registro
também, Ver. João Antonio Dib, a disposição e a intenção de voto desta
Presidenta em acompanhar todo o Plenário nesta excelente discussão que fez,
lamentando, por questão regimental, não poder votar, mas concordo e assino
embaixo, totalizando mais um voto “sim” na votação deste Requerimento.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, solicitando
a retirada de tramitação do PLCL nº 017/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h43min.)
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